Vídeo é 'prova robusta' para processo, mas falta saber contexto, diz ex-AGU

Segundo Luís Inácio Adams, a gravação da reunião ministerial com Bolsonaro e Moro poderá mostrar situações em que "pessoas estão falando de maneira franca"

Da CNN, em São Paulo
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A investigação sobre a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal somente terá uma "prova robusta" com a inclusão do vídeo da reunião ministerial citada pelo ex-ministro Sergio Moro, disse à CNN nesta terça-feira (12) Luís Inácio Adams, ex-advogado-geral da União. 

Segundo Adams, a gravação poderá mostrar situações em que "pessoas estão falando de maneira franca", enquanto os depoimentos feitos até o momento precisam ser olhados com cautela, pois "misturam informações com opiniões".

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O ex-AGU fez a ressalva de que, no momento, é difícil avaliar o impacto do pedido de troca na Polícia Federal que Bolsonaro teria feito a Moro sob o pretexto de proteger a família presidencial.

"Não temos o contexto da fala. Se for confirmada a preocupação com as investigações sobre a família, isso de fato é grave", disse.

Para Adams, é "importante entender o conjunto do diálogo, levando em conta também outros participantes da reunião para entender no que se refere a manifestação dele. Fora isso, estamos apenas especulando”.

O ex-advogado-geral também elogiou a agilidade do processo, que está sendo conduzido pelo ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo Adams, a atuação célere do magistrado se dá para que o país deixe de se "degladiar com esta questão”.

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