William Waack

Waack: Até onde o Legislativo acompanha Bolsonaro na campanha contra os tribunais?

Supremo parece ter perdido a capacidade de articulação com o mundo político

William Waack, da CNN, Em São Paulo
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Até onde o Legislativo acompanha Jair Bolsonaro na campanha dele contra os tribunais superiores?

Do ponto de vista político, o Supremo está isolado.

Bolsonaristas conseguiram transformar em vítima um deputado condenado à cadeia pelo STF, e juntaram-se no ataque ao Supremo com outros parlamentares que têm, digamos, contas penduradas no Judiciário.

No meio dessa situação, o Supremo parece ter perdido a capacidade de articulação com o mundo político, e teve de cobrar hoje dos presidentes das casas legislativas o repúdio aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral.

Há dois motivos que ajudam a entender como o Legislativo assiste, em parte até comemora, o empenho de Bolsonaro em desmoralizar a corte suprema.

Arthur Lira é quase um chefe de governo, com o poder de grana que tem hoje sentado em cima do orçamento secreto e as emendas do relator, uns R$ 40 bilhões para distribuir.

E Rodrigo Pacheco aumentou seu poder através das nomeações de diretores das agências reguladoras, nomes que têm de passar pelo Senado.

Um integrante do Supremo descreveu assim como foi se formando o atual isolamento do STF: se juntaram contra nós urubu com cobra.