Waack: Há um padrão nas confusões que Bolsonaro arranja com o Judiciário
No começo ele arranca entusiasmados aplausos de seus seguidores; no passo seguinte, sugere que outras instituições, de preferência as Forças Armadas, vão num passo adiante com ele
Há um padrão nas confusões que o presidente Jair Bolsonaro (PL) arranja com o Judiciário.
No começo ele arranca entusiasmados aplausos de seus seguidores.
Como foi ao beneficiar um deputado bolsonarista truculento e peitar o STF.
Passo seguinte, Bolsonaro sugere que outras instituições, de preferência as Forças Armadas, vão num passo adiante com ele.
Para desrespeitar decisões judiciais?
Para emparedar o Supremo?
O Supremo é de fato uma instituição hoje pouco popular em função de várias decisões claramente políticas, mas é a instituição sem a qual, no seu todo, nossa democracia não funciona.
Não há qualquer sinal de que as Forças Armadas o acompanhariam em qualquer aventura política desse tipo.
Bolsonaro, mais uma vez, não parece interessado em um debate doutrinário sobre instituições democráticas, seu funcionamento, suas garantias ou o que quer que seja nesse sentido.
Acha que peitando o Judiciário ganha votos.
E, se não fossem suficientes para ganhar as eleições, como parecem que, no momento, não são, ajudam a sustentar uma tese, já articulada, de que as urnas foram fraudadas.