À CNN, Governo de SP admite que intercâmbio de vacinas é o cenário ideal

Para Jean Gorinchteyn, Ministério da Saúde tomou decisão 'inadvertida' ao excluir Coronavac do calendário de dose adicional

Produzido por Juliana Alves, da CNN, Em São Paulo
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Pela primeira vez, o governo de São Paulo admitiu que o ideal seria aplicar uma vacina diferente para a terceira dose contra a Covid-19. Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (2), o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que a aplicação desse reforço poderá ser feita com um imunizante diferente do restante do esquema vacinal.

"Qualquer um dos imunizantes disponíveis e liberados pela Anvisa são capazes de promover esse reforço que chamamos tecnicamente de "booster vacinal", ou seja, temos que nos valer de todo e qualquer imunizante", disse o secretário o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, em entrevista à CNN.

"Se eu tomei vacina da Pfizer ou AstraZeneca, posso receber outras doses? Essa intercambialidade ocorrerá", completou Gorinchteyn. "O que precisamos é fazer imunização de forma ágil para proteger essas pessoas, principalmente porque já temos no nosso território a variante Delta."

"Se tivéssemos muito mais vacinas, e a segurança de ter mais vacinas, talvez a gente fizesse uma intercambialidade para todos os esquemas vacinais, não só de Coronavac, AstraZeneca, Pfizer. Mas nós temos hoje um repositório de vacinas ainda limitado", completou o secretário.

Gorinchteyn criticou a exclusão da Coronavac para a dose reforço pelo Ministério da Saúde. Segundo ele, o estado usará a vacina fabricada pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac na terceira dose.

"Trabalhos feitos na China mostraram que a 3ª dose eleva em 77% a produção de anticorpos neutralizantes, portanto, é uma vacina boa e que deve estar inserida nessa vacinação. Por isso, o governo de São Paulo fará dessa maneira", disse.

O Estado de São Paulo, de acordo com o secretário de Saúde, já tem 99,5% dos adultos acima de 18 anos que recebeu a primeira dose e 50% com a vacinação completa.

Dose adicional a partir do dia 6

A partir da próxima segunda-feira (6), a dose adicional da vacina começa a ser aplicada em pessoas com mais de 60 anos em todo o estado. A estratégia vacinal também imunizará pessoas imunossuprimidas com mais de 18 anos.

"Temos responsabilidade em prevenir formas graves e mortes. Por isso, São Paulo entende que idoso é todo aquele acima de 60 anos e, para que haja controle da pandemia, exatamente os vetores de transmissão, que são os jovens que saem, também têm que ser protegidos e imunizados", afirmou Jean Gorinchteyn.

Fotos - vacinação no Brasil e no mundo