À CNN, Ministro da Saúde detalha vacina contra a dengue; entenda
Em entrevista à CNN, o ministro da Saúde Alexandre Padilha afirmou que nova vacina será de dose única e deve integrar o calendário nacional de vacinação a partir do início de 2026
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve anunciar nesta quarta-feira (26) a aprovação da primeira vacina brasileira contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com uma empresa chinesa. Em entrevista ao Live CNN, o ministro da saúde Alexandre Padilha contou mais sobre o assunto.
"A partir de hoje, o Ministério da Saúde fará reuniões com secretários estaduais e municipais para discutir a estratégia da utilização dessa vacina no nosso programa nacional de imunização", relatou o ministro: "Também vamos convocar o comitê de especialistas, que vai a partir dos dados apresentados pela Anvisa detalhar qual tem que ser a estratégia vacinal".
O imunizante, que requer apenas uma dose para proteção, representa um avanço significativo em relação às opções atualmente disponíveis no mercado, que necessitam de duas doses para a imunização completa.
"É uma vacina de uma dose apenas, melhor do que as vacinas que tem disponíveis hoje. Os estudos já publicados apontam proteção mais ampla do que já tem hoje", afirma Alexandre Padilha: "E vai ser uma grande aposta no controle dessa doença que afeta tanto a população brasileira".
Parceria internacional e produção
A colaboração entre o Instituto Butantan e uma empresa chinesa de Wuxi foi estabelecida para ampliar a capacidade de produção da vacina. Esta parceria, realizada no âmbito dos BRICS, é considerada fundamental para atender à demanda do Programa Nacional de Imunização.
"A Wuxi, que é uma grande empresa chinesa de produção de vacinas, vai se associar a essa produção, porque Butantan sozinho não teria capacidade de produzir uma quantidade para o nosso Programa Nacional de Imunização", aponta o ministro
O processo de aprovação pela Anvisa incluiu não apenas a análise dos estudos de eficácia, mas também inspeções detalhadas das instalações de produção, tanto no Butantan quanto na unidade chinesa. A avaliação também determinou o perfil etário adequado para a utilização do imunizante.
Implementação no sistema público
O Ministério da Saúde planeja realizar reuniões com secretários estaduais e municipais de saúde, além de convocar um Comitê de Especialistas para definir a estratégia de vacinação. "Nossa expectativa é que a vacina entre no nosso calendário vacinal no início de 2026", conta Padilha.
A integração do novo imunizante ao sistema público de saúde será gradual, considerando a capacidade de produção e as recomendações da Organização Mundial da Saúde quanto aos grupos prioritários para vacinação.
Sobre os problemas de abastecimento, Alexandre Padilha afirma: "Será um avanço importante porque a vacina disponível hoje tem baixa capacidade de produção - o Ministério da Saúde comprou quase toda a produção. A grande aposta na vacina do Butantan é porque ela é de apenas uma dose, nacional, e a expectativa nossa é aumentar muito a entrega de doses".


