Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Abraço da borboleta: como fazer a técnica que pode te acalmar em 5 minutos

    A técnica é usada por Príncipe Harry e aparece no documentário “The Me You Can´t See” em que fala sobre saúde mental e seu tratamento

    Simone Machadocolaboração para a CNN

    Você já ouviu falar do abraço da borboleta? Essa técnica simples promete aliviar a ansiedade e o estresse em apenas cinco minutos. Baseada em princípios da terapia EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares), ela vem ganhando cada vez mais adeptos em busca de bem-estar emocional. Já foi até mesmo citada pelo Príncipe Harry no documentário “The Me You Can´t See”.

    O abraço da borboleta consiste em uma série de movimentos suaves e repetitivos com as mãos cruzadas sobre o peito, simulando as asas de uma borboleta. Ao realizar esses movimentos, enquanto a pessoa também se concentra na respiração e nas sensações corporais, ocorre uma espécie de reprocessamento das informações armazenadas no cérebro, ajudando a reduzir a intensidade das emoções negativas.

    “Embora a ansiedade seja uma condição clínica que requer tratamentos específicos, como psicoterapia e medicamentos, o abraço borboleta pode ser uma ferramenta útil para complementar esses cuidados, especialmente em momentos de crise ou estresse passageiro”, explica Alexander Bez, psicólogo especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA).

    Segundo estudos publicados em revistas científicas de psicologia e neurociência, o abraço da borboleta ativa o sistema nervoso parassimpático, responsável pela resposta de relaxamento do corpo. Ao ser acionado, esse sistema reduz a frequência cardíaca e os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

    A técnica também utiliza a chamada “estimulação bilateral”, que auxilia no processamento de informações no cérebro, ajudando a reorganizar pensamentos e memórias angustiantes de forma menos invasiva.

    A eficácia em diferentes cenários

    Estudos mostram que o abraço da borboleta pode ser eficaz não apenas para lidar com episódios de ansiedade e estresse, mas também em situações mais graves, como traumas e crises de pânico. A terapeuta norte-americana Francine Shapiro, criadora do EMDR, defendeu o uso da técnica como ferramenta adicional em terapias para pessoas que lidam com distúrbios de ansiedade pós-traumática.

    “De acordo com Shapiro e outros pesquisadores da área, a estimulação bilateral, como a do abraço borboleta, ativa tanto o hemisfério esquerdo quanto o direito do cérebro, promovendo um estado de equilíbrio entre a excitação emocional e a regulação cognitiva. Estudos também indicam que pessoas que utilizam essa técnica em processos de trauma experimentam uma redução nos sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), como flashbacks e hipervigilância”, explica Beatriz Brandão, psicóloga clínica.

    Além da simplicidade e da rapidez, o abraço da borboleta é uma prática acessível, que pode ser feita a qualquer momento e por qualquer pessoa. Não há a necessidade de equipamentos ou ambientes especiais e a técnica pode ser aplicada tanto em crianças quanto em adultos.

    “Profissionais recomendam essa técnica em situações de trauma psicológico, como abusos, acidentes e perdas, ou em situações de ansiedade e pânico, como crises de pânico e ataques de ansiedade. Além disso, seu uso tem sido expandido para situações cotidianas de estresse, ajudando na autorregulação emocional em momentos de tensão intensa”, acrescenta Brandão. É útil, por exemplo, em provas e outras situações de tensão.

    Como fazer o abraço da borboleta

    1. Sente-se ou fique em pé em uma posição confortável
    2. Cruze os braços sobre o peito, com as mãos tocando próximo aos ombros
    3. Comece a bater levemente os dedos nos braços, alternando os lados, como se suas mãos fossem as asas de uma borboleta.
    4. Mantenha o movimento por alguns minutos enquanto respira fundo e foca em pensamentos positivos

    Embora o abraço da borboleta seja uma técnica eficaz, é importante lembrar que ela não substitui o tratamento médico ou acompanhamento psicológico.

    Tópicos