Anvisa recebe pedido de uso emergencial para remédio contra Covid-19
Medicamento da empresa Eli Lilly foi aprovado, em novembro, nos Estados Unidos, mas teve uso descontinuado por não proteger contra novas variantes
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu, nesta terça-feira (30), o pedido de uso emergencial de um medicamento para tratar a Covid-19 desenvolvido pela empresa Eli Lilly.
O coquetel de anticorpos monoclonais foi feito a partir de proteínas elaboradas em laboratório para imitar a capacidade do sistema imunológico humano em combater o novo coronavírus.
O medicamento age contra a proteína spike do vírus, impedindo que ele penetre nas células do corpo humano.
Nos Estados Unidos, a agência reguladora FDA autorizou, em novembro, o uso emergencial do coquetel em pessoas acima de 12 anos que apresentassem casos leves e moderados da Covid-19 com risco de evolução para internação.
A autorização foi baseada em estudo clínico com 465 pessoas. Na pesquisa, apenas 3% dos voluntários com Covid-19 que tomaram o remédio da Eli Lilly precisaram ser internados, porcentagem que subiu para 10% no grupo que tomou o placebo.
Na ocasião, a FDA afirmou que, embora as evidências dos estudos fossem promissoras, a agência continuava a avaliar os efeitos do medicamento. Entretanto, na semana passada, o órgão americano fez uma atualização e afirmou que o medicamento da Eli Lilly não é eficiente contra as novas variantes da Covid-19.
O governo dos Estados Unidos rompeu o contrato com a empresa e a distribuição do coquetel foi interrompida no país.
Trâmite no Brasil
Em nota, a Anvisa, afirmou que fará agora a triagem dos documentos apresentados no pedido.
De acordo com a agência, as primeiras 24 horas serão usadas para fazer uma triagem do processo e verificar se os documentos necessários estão disponíveis. Caso faltem informações importantes, a Anvisa pode solicitá-las ao laboratório.
A avaliação da autorização para o uso emergencial e temporário de medicamento contra a Covid-19 é feita no prazo de até 30 dias.