Criança obesa emagrece naturalmente ao crescer? Dr. Kalil explica

A obesidade infantil tem se tornado um desafio global crescente, superando até mesmo os casos de desnutrição entre crianças e adolescentes, conforme dados da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Um dos principais obstáculos no combate a esta condição é a resistência das famílias em reconhecer o problema.

Durval Damiani, chefe da Endocrinologia Pediátrica do ICr-HC-FMUSP, ressaltou, durante o CNN Sinais Vitais, que, por muito tempo, a obesidade não era reconhecida como doença, gerando preconceitos e julgamentos inadequados. "Isso é uma injustiça com relação à grande parte das pessoas obesas", afirma o especialista, destacando que existem condições de base que podem propiciar o ganho de peso em crianças e adolescentes.

O especialista recomenda que pediatras abordem a questão do peso mesmo quando a consulta for por outros motivos. "Quando você percebe que esse peso está exagerado, as providências têm que ser tomadas", enfatiza Damiani, que também destaca o papel fundamental da escola neste processo.

As instituições de ensino, onde as crianças passam grande parte do tempo, precisam contribuir para o enfrentamento da obesidade infantil, inclusive com atenção especial às cantinas escolares e aos alimentos oferecidos.

Impactos psicológicos e sociais

Além das complicações físicas, a obesidade infantil pode desencadear graves problemas emocionais e sociais. O bullying é uma das principais preocupações, com casos de crianças que se recusam a frequentar a escola devido a chacotas e discriminação.

Damiani alerta que é um erro acreditar que a criança com sobrepeso vai emagrecer naturalmente com o tempo. O Dr. Roberto Kalil enfatiza que "não é normal o bebê acima do peso, o filho acima do peso, isso não é normal. E o conceito que não, ele está acima do peso hoje e vai emagrecer, não é um conceito certo", finaliza.