Cruzeiros que aportaram no Rio tiveram 110 casos positivos para Covid-19

Passageiros contaminados cumprem isolamento domiciliar ou em hotéis da cidade

Stéfano Salles, da CNN, no Rio de Janeiro
Navio MSC Preziosa chegou ao Píer Mauá, na zona portuária do Rio de Janeiro  • Isabelle Saleme/CNN
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Os dois cruzeiros que atracaram no Rio de Janeiro neste início de ano, somados, já totalizam 110 passageiros que, em testes, positivaram para Covid-19. Do total, 81 estavam embarcados no MSC Preziosa, e outros 29 no Costa Fascinoza.

Todos estão em isolamento e tiveram suas amostras coletadas para investigação laboratorial por RT-PCR e podem ter suas amostras encaminhadas para a realização de sequenciamento genético por parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os números totais foram apurados em ação conjunta da Secretaria Municipal de Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com as autoridades, os passageiros apresentam, no máximo, sintomas leves de Covid-19.

O objetivo do sequenciamento é saber se eles estão com a variante Ômicron, que se espalha e se tornou prevalente no país, ou se há alguma nova linhagem em ação.

Diante do avanço da variante de preocupação, a Anvisa recomendou, em 31 de dezembro, a suspensão provisória da temporada de navios de cruzeiro no país. O Ministério da Saúde não seguiu a recomendação mas, no dia três de janeiro, a Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (CLIA), representante das empresas do setor, decidiu suspender voluntariamente as operações até o dia 21 de janeiro.

O comunicado divulgado pela entidade embasou a decisão com “incertezas na interpretação e aplicação de protocolos previamente aprovados”. Na terça-feira (5), um levantamento produzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido da CNN, mostra que o setor teve um prejuízo de cerca de R$ 45 milhões no período.

A projeção é de que a paralisação afete 15 roteiros semanais de cinco navios.

O Procon Estadual do Rio de Janeiro notificou, na terça-feira (4), a MSC Cruzeiros e a Costa Cruzeiros, responsáveis pelas duas embarcações, para que prestem esclarecimentos sobre os surtos de Covid-19 nas embarcações que operam na costa fluminense.

As empresas terão dez dias para responder os questionamentos relativos a reembolsos e remarcações de viagens interrompidas ou canceladas.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de positividade para Covid-19 está em 43% dos testes realizados. Segundo a pasta, 98% dos casos da doença na cidade, atualmente, são provocados pela variante Ômicron. No estado, o patamar é de 68%.