Decisão de encerrar emergência em saúde por Covid-19 é correta, diz infectologista
Em entrevista à CNN Rádio, Julio Croda ressaltou, no entanto, que é “necessário um melhor planejamento na transição”
A decisão de encerrar a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) por Covid-19 é correta, na avaliação do infectologista e pesquisador da Fiocruz, Julio Croda.
“Do ponto de vista do cenário epidemiológico está correta, o país vive platô, número de casos baixo em todos os estados, com cobertura vacinal avançando”, disse à CNN Rádio.
Ao mesmo tempo, Croda ressalta de que “é necessário um melhor planejamento na transição”, já que há recursos destinados a estados e municípios, e mesmo ao Governo Federal, que dependem da ESPIN.
“Compra e utilização de vacinas aprovadas para uso emergencial, medicações, tudo isso pode sofrer impacto relativo a esse fim da emergência em saúde pública, a avaliação de risco é necessária”, completou.
Para o infectologista, “talvez seria mais prudente estipular uma transição, com datas estipuladas, para estados e municípios se organizarem melhor.”
Croda mais uma vez disse que o mais importante é que as pessoas busquem as doses de reforço de acordo com o estipulado pelo Ministério da Saúde.
“Temos a região Norte com menos de 60% de cobertura vacinal, temos que avançar nisso, temos uma cobertura desigual, com São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, em condição interessante, mas precisamos focar para elevar os números para ter menor impacto das futuras variantes”, alertou.
A progressão para uma endemia depende da cobertura vacinal e Croda reforça que períodos de números baixos da pandemia, como no ano passado entre as variantes Delta e Ômicron, são esperados – assim como momentos de subida de casos.