Fiocruz registra aumento dos casos de Covid-19 em 12 estados do país

Coronavírus representa quase metade dos pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG)

Pauline Almeida, da CNN, no Rio de Janeiro
Petrópolis (RJ)
Pessoas nas ruas de Petrópolis (RJ) durante a pandemia de Covid  • Tomaz Silva/Agência Brasil
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) registra uma tendência de crescimento moderado dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), na tendência de longo prazo, em 12 estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

De acordo com a Fiocruz, os casos de Covid-19 correspondem a 47% dos resultados positivos para vírus respiratórios associados à síndrome respiratória grave.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (18), em novo boletim InfoGripe, que leva em conta os registros do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica até o dia 14 de novembro.

O levantamento tem mostrado um novo avanço da Covid-19 entre a população adulta do Brasil desde o início deste mês. Na semana anterior, a Fiocruz já havia observado esse movimento em quatro estados - Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo - e reforçado a possibilidade da ampliação para mais partes do país.

No Amazonas, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, segundo a Fiocruz, o crescimento dos registros de SRAG acontece nas faixas etárias acima de 60 anos, por conta do coronavírus.

Já em Alagoas, Ceará, Goiás, Piauí e Rio Grande do Norte, o aumento fica restrito às crianças ou apresenta uma oscilação em torno de um patamar ainda relativamente baixo.

No fim de outubro, o coronavírus era responsável por 26,4% dos pacientes com SRAG no país, índice que saltou para 47% no novo boletim InfoGripe, levando em conta os casos nas últimas quatro semanas. O vírus sincicial respiratório (VSR) responde por 24,2%, o influenza A por 10,4% e o influenza B por 0,3%.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, destaca a importância do retorno do uso de máscaras e da vacinação contra a Covid-19.

“A vacina é muito importante para diminuir o risco de agravamento, mas o seu papel é um pouco menor na transmissão. Por isso, é fundamental que a gente volte a utilizar boas máscaras em situações específicas, ou seja, em transporte público, locais fechados e situações com muita gente em um espaço relativamente pequeno. É vacina no braço e máscara no rosto”, defende o cientista da Fiocruz.

Nesta semana, o Observatório Covid-19 da Fiocruz voltou a orientar o uso de máscaras em locais fechados, com pouca ventilação ou aglomeração de pessoas. A utilização também é recomendada para grupos de risco da doença, como imunossuprimidos, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades.

O observatório ainda reforça que a melhor medida de proteção contra o coronavírus é a vacina e que todos devem completar o esquema de imunização, incluindo a 2ª dose de reforço destinada a todos os adultos com mais de 18 anos.