Menopausa: como enfrentar os sintomas e viver bem após o fim da menstruação

Dia Mundial da Menopausa é celebrado neste sábado, 18 de outubro

Brazil Health
Dia Mundial da Menopausa é celebrado neste sábado, 18 de outubro  • fizkes/Adobe Stock
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No dia 18 de outubro, celebra-se o Dia Mundial da Menopausa, uma data criada para ampliar a conscientização sobre uma etapa natural da vida da mulher, mas que ainda é cercada de silêncio, preconceito e, muitas vezes, desinformação. A menopausa marca o fim da fase reprodutiva e ocorre, em média, entre os 45 e 55 anos, sendo diagnosticada após 12 meses consecutivos sem menstruação.

Porém, muito antes de chegar a esse ponto, o corpo já começa a apresentar sinais da chamada perimenopausa — um período de transição que pode durar anos e trazer mudanças físicas e emocionais importantes. Ondas de calor, alterações no sono, ganho de peso, secura vaginal, variações de humor e diminuição do desejo sexual estão entre os sintomas mais frequentes.

Menopausa não é doença, mas merece cuidado

Apesar de ser uma fase universal, cada mulher vivencia a menopausa de maneira diferente. Algumas apresentam sintomas leves e temporários, enquanto outras enfrentam dificuldades significativas, que afetam o bem-estar e a autoestima.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que até 80% das mulheres experimentam sintomas relacionados à menopausa, e cerca de 25% relatam impacto importante na qualidade de vida. No Brasil, pesquisas mostram que muitas mulheres não procuram ajuda médica por acreditarem que se trata de algo “natural” e sem necessidade de tratamento, o que reforça o estigma e o sofrimento em silêncio.

Cuidados essenciais para viver bem nessa fase

A menopausa não deve ser encarada como uma doença, mas como uma etapa fisiológica que merece atenção médica. O acompanhamento regular é fundamental para avaliar sintomas, orientar mudanças no estilo de vida e indicar tratamentos quando necessário.

A terapia hormonal é uma das opções mais eficazes para aliviar ondas de calor e melhorar a qualidade do sono e da vida sexual, mas deve ser personalizada, considerando o histórico de saúde e fatores de risco de cada mulher. Além disso, existem alternativas não hormonais, como fitoterápicos, antidepressivos em doses adequadas e técnicas complementares, que também podem reduzir desconfortos.

A prevenção de doenças associadas é outro ponto importante. Com a queda dos níveis de estrogênio, aumenta o risco de osteoporose, doenças do coração e alterações no metabolismo. Por isso, é fundamental manter exames regulares, praticar atividade física, ter uma alimentação balanceada, garantir ingestão adequada de cálcio e vitamina D, controlar o peso e abandonar o cigarro. A atenção à saúde mental também precisa ser considerada, já que sintomas como ansiedade, irritabilidade e depressão podem se intensificar nesse período.

Menopausa pode ser um recomeço

Falar sobre menopausa é também enfrentar preconceitos. Ainda hoje, muitas mulheres relacionam o fim da menstruação à perda da feminilidade, envelhecimento mais rápido ou fim da vida sexual. Essas ideias equivocadas, somadas à falta de informação, aumentam o sofrimento. No entanto, a menopausa pode ser encarada como um momento de transformação e novas possibilidades. É a chance de cuidar mais de si, valorizar a saúde integral e buscar apoio em profissionais preparados para oferecer acolhimento e empatia.

O Dia Mundial da Menopausa deve ser visto como um convite à sociedade, às famílias e aos profissionais de saúde: é hora de oferecer informação de qualidade, combater preconceitos e garantir que todas as mulheres possam viver essa etapa de forma digna, saudável e com qualidade de vida. A menopausa não é um fim, mas uma nova fase — que pode ser vivida de forma plena, com cuidado e acompanhamento adequados.

*Texto escrito pela ginecologista Ana Horovitz (CRM/SP 111739 | RQE 130806), membro da Brazil Health