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    Reabrir hospitais federais no Rio exige cerca de 360 pessoas, diz especialista

    A cada cinco leitos é necessário um profissional de saúde; para reabrir os 670 leitos ociosos é preciso, no mínimo, 360 profissionais da saúde

    Beatriz Puente e Isabelle Resende, da CNN, no Rio de Janeiro

    A pedido da CNN a especialista em gestão de saúde pública da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ligia Bahia, calculou o número mínimo de profissionais de saúde necessários para a reabertura dos mais de 670 leitos fechados na rede federal na capital fluminense. Segundo Ligia Bahia, para cada cinco leitos seria necessário ter, pelo menos, um profissional de saúde. Ou seja, seria preciso a contratação de, no mínimo, 360 profissionais entre enfermeiros, técnicos e médicos.  

    Para a especialista, esse número deveria ser até maior. Bahia explica que é preciso levar em conta a especificidade de cada hospital, o setor e considerar ainda a carga horária desses funcionários por plantão. De acordo com o Ministério Público Federal o deficit na rede federal do Rio é de 741 profissionais, em razão de contratos não renovados. Além disso, o MPF ressalta uma carência histórica de funcionários nas unidades federais do Rio de Janeiro . 

    De acordo com o Ministério Público do Tribunal de Contas da União (MPTCU), os hospitais federais apresentam 770 leitos impedidos de uso. Ou seja, há indisponibilidade de 48%, quase metade dos leitos na rede federal fluminense estão inativos.

    Em agosto de 2020, o Ministério da Saúde publicou um edital de seleção para substituir 4.117 profissionais que haviam sido contratados temporariamente em 2018. Em nota enviada pelo Ministério da Saúde à CNN, a pasta informou que mais de 3.350 profissionais selecionados já se apresentaram nas unidades. O MPF acolheu uma ação do Sindicato dos Auxiliares e técnicos de Enfermagem do Município do Rio de Janeiro na qual é requerida a suspensão do processo seletivo por irregularidades na aplicação e avaliação dos profissionais.

    Nos sete hospitais federais localizados no Rio de Janeiro há leitos fechados por falta de recursos humanos. O hospital que mais sofre o impacto pela falta de profissionais de saúde é o Hospital Cardoso Fontes. Cerca de 38% dos leitos da unidade estão impedidos, todos eles pelo mesmo motivo: falta de médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem.

    No Hospital Federal da Lagoa são mais de 80 leitos fora de funcionamento. O MPF apontou que a previsão é que serviços como quimioterapia, tomografias, transfusão de sangue, hemodiálise, centro cirúrgico e pediatria sejam suspensos total ou parcialmente. A carência de pessoal também levou ao fechamento de leitos destinados a pacientes com Covid-19 na unidade federal.

    Só no Hospital Geral de Bonsucesso, cerca de 75% dos leitos estão impedidos. Dos 284 que estão impedidos, cerca de 240 são por conta do incêndio que atingiu o hospital em outubro do ano passado. No painel do Censo Hospitalar a justificativa para esses leitos estarem fora de atividade é a falta de manutenção predial. 

    O Ministério da Saúde autorizou na última sexta-feira (12) mais 3.950 leitos de UTI adulta e 15 leitos de UTI pediátrica para atendimento exclusivo aos pacientes graves com Covid-19, em caráter excepcional e temporário. As unidades serão destinadas para 21 estados ainda não divulgados pela pasta. O valor do repasse mensal aos estados será de R$ 188,2 milhões, retroativo a fevereiro.

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