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    SRAG: quais vírus podem levar ao quadro que causou emergência?

    O Governo de Minas Gerais e a prefeitura de Florianópolis, em Santa Catarina, decretaram emergência em saúde pública devido ao aumento dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG)

    Gabriela Maraccinida CNN*

    O Governo de Minas Gerais e a prefeitura de Florianópolis, em Santa Catarina, decretaram emergência em saúde pública devido ao aumento dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) na sexta-feira (2).

    A SRAG é uma condição que abrange casos de síndrome gripal que causam comprometimento da função respiratória. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) de Santa Catarina, as causas podem ser diferentes vírus respiratórios, como influenza (causador da gripe), Covid-19, rinovírus (causador do resfriado), vírus sincicial respiratório (VSR, causador da bronquiolite), entre outros.

    De acordo com a pesquisadora Tatiana Portella, do Boletim InfoGripe e do Programa do Processamento Científico da Fiocruz, os cientistas têm observado na última semana, em diferentes estados, a tendência de aumento das hospitalizações por SRAG associado ao vírus influenza.

    Além disso, de acordo com a pesquisadora, o cenário nacional também está relacionado a casos de VSR em muitos estados do país e ao início do crescimento de casos de SRAG por influenza A.

    “O rinovírus também tem contribuído para o aumento de SRAG entre crianças e adolescentes de dois a 14 anos, embora já haja sinais de desaceleração desse crescimento. Já as hospitalizações por influenza A, que atingem principalmente a população de jovens, adultos e idosos, têm crescido em muitos estados do país, atingindo níveis de incidência moderada a alta nos idosos no Amazonas, Mato Grosso do Sul e Pará”, informa a pesquisadora em comunicado divulgado pela Fiocruz.

    Ainda de acordo com a fundação, no ano epidemiológico de 2025, já foram notificados 45.228 casos de SRAG, sendo 19.420 (42,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório; 18.640 (41,2%) negativos; e ao menos 4.262 (9,4%) estão aguardando resultado laboratorial.

    Entre os casos positivos do ano corrente, observou-se 11,2% para influenza A; 1,6% para influenza B; 38,4% para VSR; 27,9% para rinovírus; e 20,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

    De acordo com Carlos Carvalho, Chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Respiratória do InCor, os casos de influenza A estão mais recorrentes na população adulta, assim como Covid-19 e rinovírus. “As pessoas mais suscetíveis são aquelas com doenças crônicas, como insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença cardiovascular ou uma doença respiratória prévia, como asma ou bronquite, além de pacientes com diabetes, que têm alguma propensão a ter mais quadros infecciosos”, afirma.

    Já na população infantil, a principal preocupação é o VSR. “Ele causa a bronquiolite, uma inflamação nos bronquíolos mais fininhos. Então, a criança tem, caracteristicamente, além da dificuldade para respirar, sinais de falta de oxinegação no corpo e chiado no pulmão”, completa.

    O que é SRAG?

    A SRAG não é uma doença, mas, sim, uma complicação decorrente de uma infecção viral, como gripe, resfriado, Covid-19, bronquiolite, entre outros. De acordo com Sandra Guimarães, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o quadro é caracterizado por uma síndrome gripal, com sintomas como tosse, falta de ar, febre e dor de garganta, afetando, principalmente, crianças e idosos.

    “O que diferencia uma síndrome respiratória aguda grave é a saturação de oxigênio, ou seja, a quantidade de oxigenação do sangue, que fica baixa. Então, a pessoa fica ofegante, mais enferma, mais lentificada e isso, em geral, traduz em risco de vida e necessidade de hospitalização”, afirma a especialista. “Com o agravamento desses sintomas, há a necessidade de um suporte maior a esse paciente, com internação, oxigenação, remédios endovenosos e, às vezes, intubação”, completa.

    O tratamento da SRAG pode envolver, ainda, a suplementação de oxigênio e fisioterapia respiratória, segundo o Hospital Albert Einstein. Apesar de ser um procedimento muitas vezes suficiente para a melhora da maioria dos pacientes, alguns precisam passar por intubação.

    A prevenção da SRAG é feita com a vacinação contra os agentes infecciosos, além de cuidados com a higiene e uso de máscaras.

    *Com informações de Gabriela Piva

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