Variante de Manaus infecta pessoas mais jovens no RJ, diz secretaria de Saúde

Prevalência no estado da cepa amazônica está associada a maior transmissibilidade da doença, segundo representantes da Secretaria Estadual de Saúde

Lucas Janone, da CNN, no Rio de Janeiro 
Leito de UTI no Rio de Janeiro para tratamento de pacientes com Covid-19
Leito de UTI no RJ para pacientes com Covid-19; variante de Manaus aumenta incidência de casos entre jovens  • Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio
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A variante P1 do novo coronavírus, detectada primeiro em Manaus, é a principal responsável por uma nova onda de transmissão da doença no estado do Rio de Janeiro, afirmaram, nesta quarta-feira (31), representantes da Secretaria Estadual de Saúde do Rio (SES).

Dados preliminares apontam uma grande prevalência da mutação no estado. Até o último levantamento, concluído na semana passada, foram identificados 166 casos da variante P1 (Manaus) em moradores do Rio de Janeiro. 

Para o Subsecretário de Vigilância em Saúde do estado, Alexandre Chieppe, a piora na pandemia de Covid-19 no RJ foi causada pela maior capacidade de alastramento da variante de Manaus. Para ele, a nova onda da doença no estado começou no início de março.

O vice-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marco Krieger, também comentou o assunto com a CNN. De acordo com ele, “as variantes representam, sim, um problema adicional” na luta contra a pandemia de Covid-19. 

Além disso, a SES estuda a relação entre a nova variante do coronavírus e a maior taxa de contaminação e mortalidade em faixas etárias mais jovens da população. Chieppe enfatizou o impacto da variante P1.

“Os dados preliminares  mostram que a gente tem um certo deslocamento da faixa etária para faixas etárias um pouco mais jovens. Isso muito provavelmente está relacionado a essa capacidade dessa mutação de se disseminar", explicou. 

O médico alertou, no entanto, que não é possível afirmar que a variante é necessariamente mais “agressiva” e sim tem uma capacidade maior de alastramento. 

A CNN já havia informado na sexta-feira (26) que a variante vinda do Amazonas já respondia por 83% dos casos de Covid-19 neste mês de março. O número de casos confirmados entre os residentes da cidade saltou de 53, na semana passada, para 166, com base em amostras analisadas por sequenciamento genético.