Amostra lunar da missão Apollo 17 intriga cientistas após 50 anos
Fragmento coletado em última missão tripulada à Lua, há mais de 50 anos, reúne série de evidências importantes para o futuro da astronomia

Pesquisa conduzida pelo Museu de História Natural de Londres, na Inglaterra, descobriu possíveis evidências de deslizamento de terra na Lua.
O que chama a atenção, neste caso, é que os possíveis vestígios do episódio geológico foram obtidos graças à última missão do programa Apollo, a Apollo 17, ocorrido há 53 anos.
A descoberta, publicada periódico especializado "Journal of Geophysical Research: Planets" deu-se a partir da análise de uma amostra da superfície lunar cientificamente conhecida como Light Mantle (manto leve, em português).
Considerada o lado menos explorado da Lua, a região onde os fragmentos foram retirados estende-se por uma área de cinco quilômetros na base da montanha do Maciço Sul, com dois quilômetros de altura.

O fragmento conta com aproximadamente 3 metros de extensão e chamou a atenção dos especialistas por conta das circunstâncias misteriosas em torno de sua origem.
Alguns cenários podem justificar o deslizamento da porção de terra extraterrestre, segundo a equipe de cientistas do Museu de História Nacional. Como por exemplo eventuais impactos causados pela colisão de asteroides, deslocamento de detritos da montanha Maciço Sul localizada na região da amostra observada e até mesmo atividades sísmicas.
Para chegar às potenciais conclusões, a equipe liderada por Giulia Magnarini, do Museu de História Natural, lançou mão de métodos tecnológicos que incluíam tomografias computadorizadas de raios X e varreduras de alta resolução. "Tenho estudado deslizamentos de longa distância na Terra e em Marte, mas o Manto Leve é atualmente o único que conhecemos na Lua", destaca a especialista. Os resultados podem ser fundamentais para o retorno dos seres humanos à Lua.
Em um comunicado divulgado pelo Museu de História Natural de Londres, Magnarini exalta a importância da última expedição lunar tripulada. "Esta pesquisa é uma forma de continuar o legado das missões Apollo mais de 50 anos depois, fornecendo uma ponte para o programa Artemis planejado."