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“Buraco para o Inferno”: China começa a cavar poço com mais de 10 mil metros de profundidade

Projeto tem como objetivo expandir o conhecimento sobre áreas profundas do planeta, ainda não estudadas

Lucas Rocha, da CNN, em São Paulo
Projeto de perfuração de um poço de mais de 10 mil metros de profundidade para a exploração científica na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China  • Li Xiang/Xinhua
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Após enviar o primeiro astronauta civil à órbita da Terra nesta semana, com o lançamento da missão Shenzhou-16 na terça-feira (30), a China deu início a um novo passo para a exploração científica do planeta - desta vez, rumo ao centro da Terra.

Um poço com mais de 10 mil metros de profundidade começou a ser escavado na Bacia de Tarim, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, Noroeste do país. A perfuração teve início na terça-feira, às 11h46, no horário local. O projeto prevê o alcance de uma profundidade de 11.100 metros, no interior do deserto de Taklimakan, o maior da China.

Nas redes sociais, o projeto foi apelidado de "buraco para o inferno".

Estudos inéditos

O projeto tem como objetivo expandir o conhecimento sobre áreas profundas do planeta, ainda não estudadas.

Durante o processo, os equipamentos, incluindo brocas e tubos de perfuração pesando mais de 2.000 toneladas, penetrarão profundamente a Terra passando por mais de 10 camadas continentais, incluindo o sistema Cretáceo.

Para o especialista técnico envolvido na operação Wang Chunsheng, trata-se de uma tentativa ousada de explorar o território desconhecido da Terra e expandir os limites da compreensão humana.

"A dificuldade de construção do projeto de perfuração pode ser comparada a um grande caminhão dirigindo em dois cabos de aço finos", disse Sun Jinsheng, acadêmico da Academia Chinesa de Engenharia.

A Bacia de Tarim é uma das áreas mais difíceis de explorar devido ao seu ambiente de solo áspero e condições subterrâneas complicadas.

(Com informações da Agência Xinhua, estatal de notícias oficial da China)