Conheça a última ponte suspensa do Império Inca, restaurada anualmente

A ponte Q'eswachaka é usada há mais de 500 anos para conectar comunidades divididas pelo rio na região de Cusco, Peru

Da CNN Brasil
Ponte Q'eswachaka, em Cusco, no Peru, é a última ponte suspensa sobrevivente do Império Inca  • Ricardo Kallai via Getty Images
Compartilhar matéria

Seguindo a tradição anual, as comunidades indígenas quéchuas de Cusco, no Peru, se reuniram no segundo final de semana de junho deste ano para reconstruir Q'eswachaka, a última ponte suspensa inca sobrevivente, usando técnicas tradicionais preservadas por séculos.

A foi feita há mais de 500 anos, usando técnicas de tecelagem tradicionais para unir comunidades separadas pelo rio Apurímac, que passa bem abaixo da construção. Anualmente, os membros destas comunidades se reúnem para reconstruir a ponte de 30 metros de comprimento do modo tradicional inca: tecendo-a.

Equipes de trabalhadores, partindo de ambos os lados da ravina, se equilibram nas cordas principais gigantes esticadas sobre o rio e trabalham em direção ao centro, colocando cordas menores como barreiras entre as cordas do corrimão e o piso da passarela.

Um dos trabalhadores responsáveis por amarrar estas cordas disse, em entrevista a Reuters: "Esta ponte foi provavelmente a primeira ponte, talvez até do mundo. É por isso que entre nós a chamamos de a mãe de todas as pontes."

"É mais ou menos como na construção civil: há mestres de obras, engenheiros, pedreiros, oficiais, operários, exatamente a mesma coisa. Com o passar dos anos, com a experiência que adquirimos, assumimos responsabilidades maiores", ele acrescentou.

A estrutura, localizada no município de Quehue, é um exemplo duradouro da engenharia inca.

De acordo com o conselho de turismo do governo peruano, a ponte Q'eswachaka historicamente fazia parte de um sistema mais amplo de estradas construídas pelos incas para conectar comunidades nos Andes.

Em 2013, a Unesco reconheceu o conhecimento, as técnicas e os rituais associados à renovação anual da ponte como parte do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

*Com informações da CNN Internacional e da Reuters