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    Entenda como os planetas se formam e quais são os diferentes tipos 

    Embora os cientistas ainda não compreendam completamente como os planetas são formados, há teorias que ajudam a explicar

    Lucas Guimarãescolaboração para a CNN

    Há bilhões de anos, o universo era formado quase exclusivamente por imensas quantidades de gás e poeira cósmica, até que os primeiros objetos celestes começaram a se formar. Desde então, diversos sistemas em várias galáxias se originaram, como o Sistema Solar, que equilibrou a massividade do Sol com outros oito planetas principais, incluindo a Terra. Mas como tudo isso aconteceu? Como funciona a formação dos planetas?

    Até o momento, os cientistas não possuem uma compreensão completa de todos os passos da formação planetária, mas existem algumas hipóteses que são amplamente aceitas pela comunidade científica. É importante destacar que, embora não sejam totalmente confirmadas, as principais teorias são baseadas em estudos, observações astronômicas, simulações computacionais e outros métodos utilizados pela ciência.

    De acordo com a Nasa (agência espacial dos Estados Unidos), a hipótese mais pesquisada e discutida é o modelo de acreção, que provavelmente possibilitou que a poeira estelar se transformasse em planetas.

    Como os planetas se formam?

    O modelo de acreção do núcleo é a hipótese mais provável para a formação de planetas. Durante a fase conhecida como disco protoplanetário, uma estrela jovem emite ventos estelares que podem afetar o disco ao seu redor. A formação ocorre principalmente pela colisão e aglomeração de partículas de poeira e gás no disco, formando objetos cada vez maiores.

    Durante o processo, o aglomerado de poeira se transforma em pequenos fragmentos sólidos, e a colisão de partículas ajuda o objeto a continuar a crescer. Além de carbono, ferro e outros elementos, essas rochas podem conter gases em sua superfície. Os cientistas as chamam de planetesimais: os blocos de construção dos planetas, sejam eles de rocha ou de gelo, e que possuem aproximadamente entre 0,1 e 100 quilômetros de diâmetro.

    A suposição mais aceita atualmente é que, após bilhões de anos, esses planetesimais se acumularam e formaram os oito planetas principais do Sistema Solar, além de Plutão, que foi reclassificado como planeta anão em 2006 pela União Astronômica Internacional (IAU), e todos os outros corpos celestes do tipo no cosmos.

    Ou seja, os astrônomos afirmam que os planetas e exoplanetas podem ter se formado a partir de grãos de poeira tão pequenos quanto um fio de cabelo. Para a aglomeração, as colisões mais suaves permitiram que os grãos se fundissem por meio da força da gravidade.

    “Uma vez que os planetas se formam ao redor de uma estrela, eles são chamados de sistemas planetários, que são definidos como conjuntos de objetos gravitacionalmente ligados que orbitam uma estrela. Eles podem consistir em um ou mais planetas, mas também podem incluir planetas anões, asteroides, satélites naturais, meteoroides e cometas”, a Nasa explica em uma publicação.

    Conheça os planetas do Sistema Solar

    Principais tipos de planetas e exoplanetas

    De acordo com a classificação da IAU, um planeta é um corpo celeste que orbita o Sol, tem massa suficiente para assumir uma forma quase esférica e cuja força gravitacional deve expulsar a maior parte dos objetos menores que estão em sua órbita. Por exemplo, o Sistema Solar é formado por oito planetas principais, incluindo a Terra.

    A ilustração apresenta o Sistema Solar.
    A teoria da acreção é uma parte crucial da hipótese nebular, que propõe que o Sistema Solar se formou há 4,6 bilhões de anos a partir de uma nuvem composta por gás e poeira cósmica. / Crédito: Nasa

    Um exoplaneta é um corpo celeste que apresenta as mesmas características, mas orbita uma estrela fora do Sistema Solar. Por exemplo, o exoplaneta provavelmente rochoso TRAPPIST-1e orbita uma estrela anã vermelha fria localizada a aproximadamente 40 anos-luz de distância. Há também Proxima Centauri b, considerado o objeto celeste da categoria mais próximo do Sol, a cerca de 4,2 anos-luz. Em termos gerais, os exoplanetas compartilham de quase todas as características dos planetas, eles só não orbitam o Sol.

    Existem dezenas de tipos de planetas, categorizados por massa, órbita, composição e outros critérios. Porém, poucos tipos estão de fato presentes no Sistema Solar, por isso, os principais planetas estudados são:

    • Rochoso: Também chamados de planetas terrestres, esse tipo de corpo celeste apresenta características rochosas com uma superfície sólida, além de vulcões, crateras e até água em alguns deles. A Terra, Marte, Vênus e Mercúrio são planetas rochosos;
    • Gigante gasoso: Os gigantes gasosos são formados por núcleos de gás e líquido e apresentam características como atmosferas espessas, tempestades, ventos e anéis de partículas. Júpiter e Saturno são dois dos gigantes gasosos no Sistema Solar;
    • Gigante de gelo: Os gigantes de gelo são semelhantes a gigantes gasosos, mas possuem núcleos formados por gelo. Por isso, costumam ser muito mais frios e apresentam luas estranhas e cores mais vivas, como Urano e Netuno;
    • Anão: Os planetas anões são objetos menores que não conseguiram limpar completamente suas órbitas, como Plutão. Diferentemente das outras categorias mencionadas, essa pode apresentar características mais variadas.

    Outras teorias

    No caso da formação dos gigantes gasosos, os cientistas acreditam que o processo pode envolver outras etapas, como a captura de gás do disco protoplanetário de uma estrela. Há também a teoria da instabilidade gravitacional, que sugere que os gigantes gasosos podem ter se formado durante o colapso gravitacional de uma região do disco planetário, sem a necessidade de um núcleo sólido — atualmente, a hipótese já não é mais amplamente aceita.

    De qualquer forma, é importante notar que a formação dos planetas ainda não foi completamente compreendida pela ciência. Apesar de a acreção ser o modelo mais provável, ainda são necessárias mais investigações.

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