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    Exposição à fumaça de incêndios florestais aumenta risco de câncer

    Pesquisa descobriu pessoas que viveram a 50 quilômetros de distância de regiões de queimadas nos últimos dez anos tiveram uma incidência 10% maior de tumores cerebrais

    Ingrid Oliveirada CNN , em São Paulo

    Uma nova pesquisa realizada por cientistas da Universidade McGill do Canadá, e publicada na revista científica The Lancet, descobriu que a exposição a incêndios florestais está associada a um aumento da incidência de câncer de pulmão e tumores cerebrais.

    Durante quase 20 anos, os pesquisadores rastrearam mais de 2 milhões de canadenses, alguns dos quais foram expostos à fumaça de incêndios florestais –mesmo em regiões distantes de onde viviam–, e analisaram os resultados relacionados ao câncer.

    A equipe concluiu que pessoas que residiram a 50 quilômetros de incêndios florestais nos últimos dez anos tiveram uma incidência 10% maior de tumores cerebrais e quase 5% maior incidência de câncer de pulmão quando comparadas com indivíduos que viviam mais longe.

    Em um comunicado, Scott Weichenthal, professor do Departamento de Epidemiologia, Bioestatística e Saúde Ocupacional da Universidade McGill, afirmou que “os incêndios florestais tendem a acontecer nos mesmos locais todos os anos, e que a ciência sabe muito pouco sobre os efeitos a longo prazo desses eventos na saúde.

    Algumas regiões registram incêndios florestais anualmente. O sudoeste dos Estados Unidos, por exemplo, viu a Califórnia e Oregon queimar em áreas residenciais nos últimos anos.

    Mudanças climáticas e os impactos na saúde humana

    Com as mudança climáticas, prevê-se que os incêndios florestais se tornem mais frequentes, graves e de maior duração no futuro. Os cientistas canadenses disseram que muitos dos poluentes emitidos por incêndios florestais são cancerígenos humanos conhecidos.

    Os pesquisadores acrescentaram que o aumento da incidência de incêndios florestais poderá expor pessoas residentes nesses locais de risco a poluentes cancerígenos de forma crônica.

    A pesquisa também cita os impactos na qualidade do ar e a poluição em ambientes aquáticos, do solo e de ambientes internos.

    Enquanto alguns poluentes retornam às concentrações normais logo após o fogo apagar, outros produtos químicos podem persistir no ambiente por longos períodos de tempo, incluindo metais pesados ​​e hidrocarbonetos.

    “A exposição a poluentes ambientais nocivos pode continuar além do período de queima ativa através de várias vias de exposição”, disse Weichenthal.

    Os pesquisadores reforçam que mais estudos são necessários para entender a influência de poluentes ambientais liberados durante os incêndios florestais.

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