Conheça Elena Reygadas que foi eleita a Melhor Chef Feminina do mundo em 2023

Chef comanda o Rosetta, um dos restaurantes mais celebrados da Cidade do México, e tem trabalho voltado à biodiversidade do país; relembre outras chefs latino-americanas com a mesma distinção

Tina BiniSaulo Tafarelodo Viagem & Gastronomia

A mexicana Elena Reygadas foi eleita a Melhor Chef Feminina de 2023 pelo prestigiado 50 Best Restaurants, que elenca anualmente os melhores restaurantes ao redor do mundo e também possui listas regionais.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (18) como parte dos prêmios prévios do evento que revelará a lista deste ano dos 50 melhores restaurantes do mundo em Valência, na Espanha, em 20 de junho.

Reygadas está à frente do Rosetta, restaurante num casarão no histórico bairro de Roma, na Cidade do México, sua cidade natal.

A casa abriu as portas em 2010 e desde então tem sido eleita como um dos melhores pontos gastronômicos da capital e do país, em que já apareceu oito vezes na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina e fez sua estreia no ano passado na lista estendida dos melhores do mundo na 60ª posição.

“Me sinto profundamente agradecida e honrada. Cozinhar é uma arte coletiva”, declarou a chef em suas redes sociais logo após receber a distinção de Melhor Chef Feminina em 2023.

Fachada do Rosetta, na Cidade do México / Ana Lorenzana

Reygadas se dedica a pesquisas sobre biodiversidade e as estações do México são trabalhadas em um menu à la carte – entre as criações mais famosas da chef estão os tacos de couve-lombarda com molho de pistache pipián, ravióli de batata doce com matcha e tamales de milho com creme defumado.

A mexicana aproveitou para agradecer também as mulheres que mantêm viva a tradição culinária do país. “Este reconhecimento é de todas as pessoas extremamente talentosas com quem colaborei por tantos anos. E também de todas as mexicanas que cozinham todos os dias, mantendo viva nossa enorme tradição culinária”, finalizou.

Vale dizer que a chef já havia sido eleita a Melhor Chef Feminina da América Latina em 2014.

A chef e seu trabalho

Reygadas começou sua carreira longe da cozinha, em que se formou em literatura inglesa na Universidade Nacional Autônoma do México. Logo depois, a comida a chamou: se matriculou no French Culinary Institute em Nova York – agora International Culinary Center.

Depois dos Estados Unidos, foi a vez de aterrissar em Londres, onde trabalhou ao lado do chef italiano Giorgio Locatelli no Locanda Locatelli, que possui uma estrela Michelin. Como diz o 50 Best, voltou então para a Cidade do México com princípios de sazonalidade e respeito aos ingredientes.

“Ela foi uma das primeiras na Cidade do México a entender a importância do pão como parte de uma refeição refinada, estudando antigas tradições de panificação artesanal e trazendo de volta a técnica de fermentação lenta para desenvolver sua própria receita para o pão perfeito”, pontua o 50 Best.

Elena Reygadas em palestra durante a premiação Latin America’s 50 Best Restaurants de 2019 / Divulgação

Dois anos após abrir sua principal casa, a chef expandiu seus negócios com o La Panadería de Rosetta, local onde seus famosos pães podem ser comprados diretamente pelos clientes.

Ela também é o nome por trás de outras casas pela cidade, como o mais casual Lardo, o Café Nin e o Bella Aurora.

No ano passado, a chef lançou a Beca Elena Reygadas, uma bolsa de estudos com objetivo de impulsionar a igualdade de oportunidades e a carreira gastronômica de estudantes do México.

Chefs latino-americanas entre as melhores do mundo

Com a distinção, Reygadas divide o rol de melhores chefs femininas do mundo com outras profissionais latino-americanas.

No ano passado, o 50 Best concedeu o prêmio para Leonor Espinosa, chef colombiana que comanda o restaurante Leo na capital Bogotá e foi celebrada por seu “estilo de culinária único” e uso da gastronomia como “ferramenta de desenvolvimento socioeconômico”.

A peruana Pía León foi eleita a Melhor Chef Feminina em 2021, em que foi lembrada por seu trabalho fundamental na “reputação culinária estelar do Peru”, em que sua carreira compreende tanto o Central, eleito cinco vezes o melhor restaurante da América Latina, e o Kjolle.

Em 2019 foi a vez de Daniela Soto-Innes, chef nascida no México e a mais jovem chef nomeada a Melhor Chef Feminina do Mundo pelo 50 Best. Natural da Cidade do México, desenvolveu sua carreira gastronômica nos Estados Unidos.

Já em 2014, Helena Rizzo recebeu a distinção de Melhor Chef Feminina do Mundo. A chef brasileira é o nome do Maní, restaurante que serve comida brasileira contemporânea com ênfase em ingredientes orgânicos e insumos de pequenos produtores que atualmente figura na 21ª posição entre os 50 melhores restaurantes da América Latina.

E esse é só o começo para as poderosas e fortes mulheres latinas que comandam tantas incríveis casas.


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