Antiga trilha do Butão deve reabrir após 60 anos fechada

A rota de 400 quilômetros, que atravessa o pequeno país, poderá ser feita a pé ou de bike e levar até 1 mês para ser concluída

Lilit Marcusda CNN

O Butão é um dos países mais misteriosos do mundo. Visitar a “Terra do Dragão Trovejante” pode ser um desafio, mas em 2022 há um novo incentivo para finalmente fazer um “x” na lista de coisas a se fazer antes de morrer, já que a Trilha Trans Butão vai reabrir para os viajantes pela primeira vez em 60 anos.

De acordo com a Fundação Butão Canadá – o principal órgão doador para o projeto de restauração –, a rota de 400 quilômetros conecta nove dzongkhags (distritos), 28 gewogs (governos locais), dois municípios, um parque nacional e 400 locais históricos e culturais.

Os viajantes que seguirem toda a rota cruzarão 18 pontes principais e subirão 10 mil degraus. É possível percorrer a trilha a pé ou de mountain bike.

“A restauração é um projeto comunitário, tanto em sua construção quanto em sua operação, que vai restaurar um antigo ícone cultural e proporcionar uma experiência sustentável e com emissão zero de carbono para peregrinos e viajantes”, diz Sam Blyth, presidente da Fundação Butão Canadá, em comunicado.

E acrescentou: “A Trilha Trans Butão também reflete a filosofia do país de Felicidade Interna Bruta (FIB) e permitirá que as crianças do Butão caminhem nos passos de seus antepassados”.

O ponto mais ocidental da trilha é a cidade de Haa, que fica perto da fronteira com o Tibete. O ponto mais oriental é Trashigang, perto da fronteira do estado indiano de Arunachal Pradesh.

De acordo com um representante da fundação, um trilheiro ambicioso poderia cobrir toda a trilha em cerca de um mês, mas a maioria dos turistas provavelmente desfrutará de caminhos mais curtos da trilha em excursões de três, quatro ou sete dias.

 

O rei Jigme Khesar Namgyel Wangchuck, o monarca de 41 anos do Butão, foi uma força importante por trás da restauração da trilha, que era anteriormente uma rota de peregrinação budista antes de cair em decadência depois que o país começou a construir estradas nos anos 1960.

Ele vai reinaugurar a trilha em uma cerimônia em Trongsa, uma cidade sagrada no centro do Butão, em março.

Devido à sua estratégia turística de “alto valor, baixo impacto”, o Butão alcançava a média de apenas alguns milhares de visitantes em um ano típico antes da pandemia.

Como parte do seu objetivo de evitar o excesso de turismo, o país cobra uma taxa obrigatória de US$ 250 (cerca de R$ 1.350) por dia, que inclui transporte terrestre, alojamento, alimentação e serviço de guia. O custo torna a visita ao país um pouco proibitivo para muitos turistas.

Aplicando esta filosofia à Trilha Trans Butão, os trilheiros terão de solicitar uma licença, a partir de abril.

No entanto, há um entrave potencial para planejar a viagem, já que, neste momento, o país do Himalaia está fechado ao turismo.

Há vários rumores sobre uma abertura completa ou parcial do reino na primavera de 2022 (outono no Brasil), o que tornaria o calendário da Trilha Trans Butão um evento ainda mais auspicioso.

 

 

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