Os destinos dos sonhos de Daniela Filomeno
Do charme das comunas nos Alpes Italianos até o equilíbrio entre a modernidade e a tradição na China, cidades e passeios pelo mundo mexem com minha imaginação e estão na minha lista de desejos para 2022
Que atire a primeira pedra quem nunca fez uma lista de destinos dos sonhos que planeja visitar ao longo da vida. Às vezes me pego montando listas intermináveis e penso que não terei tempo suficiente para viajar para todos os lugares no mundo que quero conhecer. Mesmo assim, tento tirar os planos do papel e ticar minha lista de desejos.
Assim, 2022 bate à nossa porta e se mostra como mais uma oportunidade para tentar colocar em prática nossos sonhos e viagens. Para este ano, selecionei destinos na Ásia, entre grandes e pequenas cidades que carregam uma herança cultural riquíssima, bem como praias paradisíacas na América Central e viagens de trens na Europa, que mais parecem ter saído de cenas de filmes.
Mesmo em países e continentes diferentes, para mim, todos carregam aspectos em comum: paisagens lindas, legados culturais incríveis e experiências que me fazem sair da zona de conforto. Ter contato com línguas, comidas e aprendizados que não fazem parte do meu cotidiano é uma oportunidade ímpar de mergulhar em novos conhecimentos que levarei para a vida.
Vale lembrar que certos países da lista, como Itália e China, ainda estão com as fronteiras fechadas para brasileiros em decorrência da pandemia – e já que é para sonhar: sonho com as viagens, mas sonho ainda mais que acabe logo essa pandemia. A seguir, confira meus destinos-desejo e inspire-se para colocá-los também na sua lista – quem sabe não conhecemos pelo menos um deles neste ano?
Butão
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Mosteiro de Taktsang, o "Ninho do Tigre", construído em 1692 na boca de uma caverna a mais de 3 mil metros de altitude • Pixabay
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Punakha Dzong, antiga fortaleza monástica do século XVII e centro administrativo de Punakha • Sudhakar "Thaths" Chandra
Espremido entre a Índia e a China, o país montanhoso é menor que o estado do Rio de Janeiro e, mesmo assim, nos reserva inúmeros mistérios e paisagens encantadoras. A começar, foi um dos primeiros países a medir a felicidade nacional através de um índice conhecido como FIB (Felicidade Interna Bruta) – o que o deixou conhecido no mundo todo por se autointitular como o país mais feliz do mundo.
A capital é Thimphu, cidade de pouco mais de 100 mil habitantes e que reúne uma arquitetura tradicional, com casinhas e prédios baixos. Explorar os mercados locais, apreciar os campos de arroz e contemplar as paisagens acima dos 3 mil metros deve ser encantador! Seja na calmaria dos campos em Gangtey ou nos templos em Punakha, rios de água cristalina, florestas intocadas e lindos templos são algumas das atrações que nos aguardam no país.
Um dos símbolos mais conhecidos do Butão é o Mosteiro de Taktsang – ou Ninho do Tigre – cartão-postal situado no sopé de uma montanha, a 3 mil metros acima do nível do mar, e construído no século 17 por monges budistas.
Chega-se ao país por meio do Aeroporto Internacional de Paro, que por si só já é uma atração turística para os mais aventureiros: é considerado um dos aeroportos mais arriscados do mundo, já que fica a uma altitude de 2,2 mil metros acima do nível do mar e apenas determinados pilotos são autorizados a pousar.
Dolomitas, Itália
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As Dolomitas são uma cadeia de montanhas com cenários espetaculares nos Alpes Italianos • Pixabay
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Val di Funes, comuna nas Dolomitas formada por pequenos vilarejos em meio à cadeia de montanhas e campos verdejantes • Wikimedia Commons
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Cerca de cinco províncias fazem parte das Dolomitas, no norte da Itália, que se destacam pelas paisagens em meio aos picos e à natureza • Pixabay
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Lagos, montanhas, campos verdejantes e vilarejos históricos encantadores. Assim são as Dolomitas, cordilheira dos Alpes Italianos considerada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO que se estende por cinco províncias charmosas.
De uma beleza estonteante, é uma das regiões mais deslumbrantes da Itália e do mundo. Mesmo montanhosa, a boa notícia é que dá para ser visitada em todas as épocas do ano e muitos viajantes até fazem um bate e volta a partir de Veneza – que não fica muito longe do coração da região.
O charme das pequenas cidades em torno da cadeia montanhosa é de nos conquistar até mesmo por fotos. Cortina D’ampezzo é um desses locais que abrigam um centrinho histórico, resorts cinco estrelas e restaurantes badalados em meio aos picos rochosos.
Val di Funes é outra região imperdível: pertencente a Bozano, é um vale que tem a cara da Suíça e da Áustria, tanto em relação ao cenário quanto à cultura local. Ali fica o Vilarejo de Santa Maddalena, composto por casinhas coloridas e arquitetura germânica. Os lagos ao longo da cadeia de montanhas também são para lá de atraentes, como o Lago di Braies e o Lago Misurina.
No inverno, o esqui torna-se uma atividade disputada, em que o gigante complexo Dolomiti Superski Area – união de 12 resorts que totalizam cerca de 1,2 mil km de pistas que podem ser acessadas com um ski pass – tem pistas para todos os gostos e níveis de dificuldade.
Trem Expresso do Oriente de Veneza a Londres
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The Piano Bar, um dos vagões mais luxuosos do trem e ponto de encontro dos passageiros • Divulgação/Belmond
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A rota entre Veneza e Londres passa por paisagens rurais francesas e vales alpinos suíços. Na foto, o trem passa perto da cidade de Roppen, na Áustria • Divulgação/Belmond
É, com certeza, uma viagem dos sonhos com toques luxuosos e uma elegância que nos leva aos tempos de ouro das travessias de trem. Sob o nome de Venice-Simplon-Orient-Express, o trem é o famoso Expresso do Oriente, que opera rotas pela Europa sob a marca Belmond – a mesma do Copacabana Palace, por exemplo.
Glamour e romantismo se juntam nos vagões do trem, que são adornados com detalhes art déco e madeira de cerejeira polida à moda francesa. A rota tradicional do trem é entre Veneza e Londres, mas aqui o destino não importa muito: o caminho e toda a pompa que nos é oferecida é o que interessa.
Cenários extravagantes fazem parte da rota, como paisagens rurais francesas e vales alpinos suíços, enquanto degusta-se uma culinária requintada e toma-se vinhos renomados em um dos três vagões-restaurantes. As viagens podem demorar de um a até seis dias, variando nos preços e nas rotas (pode-se ir também para a França, Turquia, e outros pontos da Europa), mas as grandes suítes – com cama e antessala – ou as cabines fazem parte de todas as experiências.
Rota Transiberiana
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A rota Transiberiana tem mais de 100 anos e corta a Rússia de leste a oeste, levando passageiros ainda até a China • Wikimedia Commons
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Alguns trens fazem a rota, que, de Moscou à Pequim, pode demorar até uma semana • Wikimedia Commons
É uma das maiores rotas de trem do mundo e que impressiona por seus números: são cerca de 9,2 mil quilômetros, que ligam a Rússia de leste a oeste e ainda a Mongólia, China e o Mar do Japão. Possui mais de 100 anos de história e abrange oito fusos horários diferentes. É uma verdadeira aventura e um convite para conhecermos diversos centros culturais do Império Russo e notar as diferenças entre as paisagens ao longo do extenso caminho.
São três rotas mais conhecidas em diferentes tipos de trens: de Moscou a Pequim; Pequim a Moscou e de Vladivostok a Moscou. São dias de viagens dentro dos trens, que oferecem diversas categorias de acomodações, desde as mais simples até as mais luxuosas e espaçosas. Vagões com restaurantes e bares também enchem nossos olhos e satisfazem o estômago com refeições regionais.
Repleta de riqueza cultural e paisagens belíssimas, a viagem conta com paradas ao longo do caminho e mudanças de cenários – desde campos verdejantes, vales com rios e picos com neve.
Pequim e Xangai, China
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Detalhes dos arranha-céus no centro financeiro de Pequim, capital e uma das maiores cidades da China • Pixabay
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Destaque para o prédio da CCTV, a TV Central da China, com 234 metros e 44 andares no centro financeiro de Pequim • Dukai/Pxhere
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Skyline de Xangai à noite, com destaque para os prédios à beira do rio Huangpu • Stefan Fussan
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Detalhes dos arranha-céus de Xangai ao entardecer. O maior deles é o Shanghai Tower, com 632 metros de altura • Nick M/Flickr
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Muralha da China, a "Grande Muralha", é uma dos cartões-postais mais conhecidos do país e considerada uma das nova Sete Maravilhas do mundo • Uwe Aranas/Wikimedia Commons
Lar de mais de 1,4 bilhão de pessoas, o país mais populoso do mundo tem na vastidão de seu território um dos motivos para ser visitado. Suas paisagens abrangem desertos, montanhas, lagos, rios, litoral e grandes cidades com milhões de habitantes que parecem ter saído do futuro, mas que guardam um rico patrimônio cultural.
Assim, para mim, um bom começo para conhecer a China seria por Pequim, a capital do “dragão asiático”. A grande cidade contrasta uma arquitetura moderna, como as enormes construções do Estádio Nacional de Pequim e a sede da CCTV, com locais históricos, como as muralhas vermelhas da Cidade Proibida e a Praça da Paz Celestial. As comidas das barracas de rua da Wangfujing, que servem desde cavalos-marinhos a escorpiões, também mexem com minha imaginação.
Além da capital, outro destino a quase 1.400 km de Pequim está na minha lista: a emblemática Xangai. Com seus arranha-céus no centro financeiro e à beira do rio Huangpu, é a maior cidade da China e uma das mais cosmopolitas neste pedaço do mundo. Galerias de arte, restaurantes sofisticados, hotéis luxuosos e bares badalados fazem parte do cotidiano de Xangai. Interessante notar que a cidade também reserva alguns superlativos: tem o maior museu de astronomia do mundo e o hotel mais alto do mundo, ambos inaugurados no ano passado.
A histórica Muralha da China, que corta a região norte do país, e o Tibete, território conhecido como “teto do mundo” por conta de seus picos – ele compartilha o Monte Everest com o Nepal -, são outros pontos turísticos igualmente conhecidos mundo afora e que me despertam a curiosidade.
Belize
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Cais sobre as águas azuis da cidade de San Pedro, na ilha de Ambergris Caye, em Belize • Pixabay
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Banhado pelo Mar do Caribe, o país é conhecido por suas praias calmas e prática de mergulho • Pixabay
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O "Split" é um canal estreito que divide a famosa ilha de Caye Caulker em dois pedaços de terra • DronePicr/flickr
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Banhado pelo Mar do Caribe, o que já aumenta nossas expectativas, o pequeno país da América Central é lar de cerca de 400 mil habitantes e é recheado de praias de águas em tons de verde e azul. A Cidade de Belize é a maior do país e abriga o aeroporto internacional Philip S.W Goldson, porta de entrada para os destinos locais.
Praias desertas e paradisíacas levam sossego aos viajantes – basta pensar numa daquelas imagens com coqueiro, sombra, areias finas e águas azuis e teremos algum cantinho em Belize. O mergulho é uma atração muito comum no país onde os cenários são repletos de bancos de areias, atóis e corais.
As ilhas também são atrativos bem procurados, com destaque para Caye Caulker. A pequena ilha possui hotéis e guesthouses à beira da praia e casinhas coloridas que imprimem um charme local. A pé ou em bicicleta, pode-se conhecer a ilha de norte a sul tranquilamente. San Pedro, na ilha de Ambergris Caye, também é conhecida pelas praias e calmaria.
Além das praias, o país possui uma rica herança cultural, onde é possível visitar ruínas da civilização maia, como os sítios arqueológicos de El Caracol e Xunantunich, ambos perto da fronteira com a Guatemala. Belize, inclusive, entrou para listas de viagens de 2022 de publicações internacionais, como a National Geographic, que destacou a Selva Maya, e a Lonely Planet.