Atacama para principiantes: guia básico de passeios
Recheado de belas paisagens, o Deserto do Atacama, no Chile, é o destino ideal para quem quer se desconectar da loucura do dia a dia e se conectar com a natureza
Quem busca experiências inusitadas e belezas naturais incomparáveis precisa conhecer o Atacama. O deserto chileno deve ser um dos poucos lugares do mundo que proporcionam vivências tão opostas: tem deserto quente e cheio de areia, lagoas frias cercadas de vegetação, piscinas naturais de águas térmicas etc. Abaixo, preparamos um guia básico de passeios para quem visita a região pela primeira vez.
Valle de La Muerte
Um bom jeito de começar a explorar o Atacama é visitar o Valle de La Muerte. É difícil de acreditar, mas toda essa região que parece um amontoado rochoso e empoeirado foi uma vasta floresta tropical num passado bem remoto. À primeira vista, o Valle de La Muerte não possui grandes atrativos, mas basta uma rápida caminhada pelo local para descobrir uma paisagem recheada de formações montanhosas de alturas distintas que foram esculpidas por séculos de erosão eólica. Tudo muito fotografável. Do alto do Valle de La Muerte, é possível observar o vulcão Licancabur e assistir ao pôr do sol – inesquecível.
Após caminhar por cerca de um quilômetro e meio, é preciso descer uma duna para chegar ao ponto de encontro onde vans e carros ficam à espera para levar os turistas de volta a San Pedro do Atacama. Dica amiga: tire o calçado e desça descalço para evitar acumular areia nos sapatos. Se você tiver um perfil mais aventureiro, é possível praticar sandboard. Para os amantes de cavalos, há opção de cavalgar entre os cânions do Valle de La Muerta.
Salar de Atacama
Localizado dentro da Reserva Nacional Los Flamencos, o Salar do Atacama é um imenso deserto de sal. Imenso mesmo. Calcula-se que ele ocupe uma área de 3 mil quilômetros quadrados localizada numa depressão formada de um lado pela Cordilheira dos Andes e, do outro, pela Cordilheira de Domeyko. É sal a perder de vista que está distribuído em formações irregulares. Há desde passagens planas até partes em que o sal se concentra em estruturas que podem medir mais de meio metro. Por estar numa área de preservação, é preciso respeitar uma rota pré-estabelecida para caminhar pelo Salar de Atacama e observar os vários tipos de animais que circulam por ali. Por isso, leve binóculos para conseguir ver os famosos flamingos, que ficam brincando numa lagoa que existe no local e que, vez ou outra, arriscam alguns voos.
O local ideal para quem gosta de apreciar o pôr do sol. Assim que o entardecer começa o céu se transforma numa explosão de cores que se refletem tanto no Salar do Atacama quanto na Laguna Chaxa, que também está localizada na Reserva Nacional Los Flamencos. Vermelho, rosa, azul, amarelo… Os tons se misturam e mudam muito rápido conforme a luz vai caindo. É como se assistíssemos a uma pintura que se transforma em tempo real. É um espetáculo.
Lagunas Altiplânicas
Por estarem localizadas a mais de 4 mil metros de altura, as Lagunas Altiplânicas de Miscantis e de Miñiques é um passeio que você só deve fazer após estar bem acostumado com a altitude, o que deve ocorrer lá pelo terceiro ou quarto dia que estiver na região. Acredite: a espera valerá a pena.
A medida que saímos de San Pedro do Atacama e seguimos para as Lagunas, vemos a paisagem se transformar. Quando passamos pelo povoado de Socaire, o tom marrom e pálido do Deserto do Atacama vai dando espaço a uma vegetação dourada, que forma quase um tapete. A mudança se dá gradualmente conforme nos aproximamos das Cordilheiras do Andes, que hidrata o solo com água de degelo e faz brotar no entorno plantas que, em geral, são aproveitadas ou como remédios ou na construção de casas, já que elas têm muita resina.
Quando chegamos à Laguna Miscantis, perdemos o fôlego não só pela altitude, mas também pela beleza, que não dá para ser traduzida em palavras. Nada prepara você para ver aquela paisagem: o azul celeste do céu que se intensifica até ganhar vida e força no azul turquesa das águas das lagunas. Não há nada mais a se fazer ali do que contemplar. É um momento de olhar em voltar, acalmar o coração e agradecer por viver essa experiência. Cafona isso, não? Mas acredite: o Atacama faz você perceber que tudo fica muito pequeno e desimportante diante de tamanha perfeição da natureza.
A Laguna de Miscantis é separada da Laguna de Miñiques por uma distância de cerca de um quilômetro. Embora seja possível fazer esse trajeto de carro, opte por realizar esse percurso a pé. Você vai querer parar a cada dez metros para observar a região de um diferente ponto de vista. Por conta da altitude, é muito frio. Então, leve luvas, óculos e gorros, porque venta bastante.
Quando chegar à Laguna de Miñiques é possível tomar café da manhã ou almoçar com vista para a lagoa (isso vai depender da empresa que você contratou para fazer o passeio). A refeição é simples, mas a visão que você tem enquanto come nenhum restaurante estrelado oferece.
Termas de Puritama
Esse passeio é o ideal para quem quer relaxar. As Termas de Puritama, que estão no meio de um cânion, são formadas por oito piscinas naturais de água geotérmica que se encontram dispostas num terreno com leve declive, então a água vai descendo de uma para a outra formando pequenas quedas d’água.
A temperatura da água varia de 28 a 33 graus e elas possuem propriedades medicinais e terapêuticas por conter sulfatos, magnésio, sódio, lítio, cálcio e boro. Nenhuma das piscinas é muito grande então se quiser ter um pouco mais de privacidade recomendamos fazer esse passeio bem cedo.
O local possui uma infraestrutura com banheiros, vestiários e uma área para comer. Para fazer os passeios é possível contratar agências locais ou optar por se hospedar em hotéis all inclusive que se encarregam da programação de atividades. O Viagem&Gastronomia ficou no Tierra Atacama, que possui uma equipe de guias preparada para realizar os mais diversos tipos de passeio.
Fotos: Ricky Hiraoka
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