Alckmin e Marina criticam Argentina por deixar COP29 e falam em “negacionismo”
Vice-presidente disse que “o negacionismo frente à questão climática é muito ruim” e ministra afirmou que é preciso separar as sociedades de governos que têm “uma visão negacionista” sobre o clima
O Vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticaram a decisão do governo da Argentina de abandonar subitamente a cúpula mundial do clima, a COP29.
Alckmin afirmou que “o negacionismo frente à questão climática é muito ruim”.
Já a ministra disse que é preciso separar as sociedades de governos que “têm uma visão negacionista”.
A delegação da Argentina recebeu ordens do governo do presidente Javier Milei para abandonar as negociações na cúpula mundial do clima, realizada em Baku, no Azerbaijão, e retornar imediatamente para Buenos Aires.
Milei é considerado por vários líderes como um negacionista do clima, tendo afirmado publicamente que não acredita que o aquecimento global seja causado pela ação dos seres humanos – apesar de todas as evidências científicas disso.
Alckmin e Marina deram as declarações pouco antes de deixar a COP29, onde o vice-presidente representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A ciência é para ajudar a humanidade, para que as pessoas possam viver melhor, ter uma qualidade de vida melhor. E está nítido a questão das mudanças climáticas, a sua repercussão inclusive na economia”, afirmou Alckmin.
Marina disse que a decisão da Argentina tem “um impacto de natureza política e simbólica” e que faz parte de “um processo que vai na contramão das exigências que o mundo está fazendo” para combater as mudanças climáticas.
“Todas as sociedades estão pagando um preço muito alto pela mudança do clima e cada país que se recusa a fazer o dever de casa está contribuindo para o agravamento dessa situação que prejudica a vida das pessoas, os sistemas agrícolas, os sistemas de produção industrial em todos os níveis”, disse ela.
Para Marina, os maiores prejudicados pelas mudanças climáticas serão os que se negam a fazer as adaptações que eles “ficarão trancados pelo lado de fora”.
Muitos ambientalistas temem que a eleição do republicano Donald Trump, que chegou a retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris (o principal tratado contra as mudanças climáticas) possa ter impacto em vários outros países liderados por governos que não acreditam que o aquecimento global seja causado pelas atividades humanas.