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    Américo Martins
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    Américo Martins

    Especialista em jornalismo internacional e fascinado pelo mundo desde sempre, foi diretor da BBC de Londres e VP de Conteúdo da CNN; já visitou mais de 70 países

    Alckmin e Marina criticam Argentina por deixar COP29 e falam em “negacionismo”

    Vice-presidente disse que “o negacionismo frente à questão climática é muito ruim” e ministra afirmou que é preciso separar as sociedades de governos que têm “uma visão negacionista” sobre o clima

    O Vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticaram a decisão do governo da Argentina de abandonar subitamente a cúpula mundial do clima, a COP29.

    Alckmin afirmou que “o negacionismo frente à questão climática é muito ruim”.

    Já a ministra disse que é preciso separar as sociedades de governos que “têm uma visão negacionista”.

    A delegação da Argentina recebeu ordens do governo do presidente Javier Milei para abandonar as negociações na cúpula mundial do clima, realizada em Baku, no Azerbaijão, e retornar imediatamente para Buenos Aires.

    Milei é considerado por vários líderes como um negacionista do clima, tendo afirmado publicamente que não acredita que o aquecimento global seja causado pela ação dos seres humanos – apesar de todas as evidências científicas disso.

    Alckmin e Marina deram as declarações pouco antes de deixar a COP29, onde o vice-presidente representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    “A ciência é para ajudar a humanidade, para que as pessoas possam viver melhor, ter uma qualidade de vida melhor. E está nítido a questão das mudanças climáticas, a sua repercussão inclusive na economia”, afirmou Alckmin.

    Marina disse que a decisão da Argentina tem “um impacto de natureza política e simbólica” e que faz parte de “um processo que vai na contramão das exigências que o mundo está fazendo” para combater as mudanças climáticas.

    “Todas as sociedades estão pagando um preço muito alto pela mudança do clima e cada país que se recusa a fazer o dever de casa está contribuindo para o agravamento dessa situação que prejudica a vida das pessoas, os sistemas agrícolas, os sistemas de produção industrial em todos os níveis”, disse ela.

    Para Marina, os maiores prejudicados pelas mudanças climáticas serão os que se negam a fazer as adaptações que eles “ficarão trancados pelo lado de fora”.

    Muitos ambientalistas temem que a eleição do republicano Donald Trump, que chegou a retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris (o principal tratado contra as mudanças climáticas) possa ter impacto em vários outros países liderados por governos que não acreditam que o aquecimento global seja causado pelas atividades humanas.

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