O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sinalizou ao PSOL que irá pautar a cassação do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) no plenário o mais breve possível.

Membros do partido têm pressionado desde o ano passado para que o caso seja analisado pelo plenário da casa.

A conversa com Motta se deu na última terça-feira (8), antes da decisão do Conselho de Ética pela cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).

Na avaliação de deputados ouvidos pela CNN, o gesto de voltar a olhar para o caso de Brazão seria uma forma de “equilibrar” a casa em relação ao caso de Glauber. O processo de Brazão está liberado para o plenário desde setembro do ano passado, após a rejeição de um recurso na Comissão de Constituição e Justiça.

A perda de mandato foi aprovada pelo Conselho de Ética em agosto. Chiquinho Brazão está preso desde 24 de março suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Ele nega participação no crime.

Próximos passos de Glauber

O deputado Glauber Braga ainda vai acionar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Nos cálculos da bancada, ainda deve levar um mês para o desfecho na CCJ por causa dos prazos regimentais. Ele também pretende entrar na justiça para tentar manter o mandato.

Para membros do partido, atrelar as duas situações seria “vergonhoso”. A sigla viu em Hugo uma articulação para atrasar a ordem do dia no plenário nessa quarta-feira (10) e garantir que a votação do processo de Glauber pudesse ocorrer.

Quando o plenário da casa inicia a ordem do dia, todas as deliberações em comissões precisam ser interrompidas. Hugo tem sido pontual na abertura das sessões, às 16h. Ontem, no entanto, os trabalhos atrasaram e a sessão foi aberta às 19h17.

Hugo Motta não se pronunciou sobre o motivo do atraso na sessão.

Lira X Glauber

O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira foi acusado por Glauber de articular pela cassação do parlamentar. Membros do PSOL também viram a digital do alagoano no atraso da sessão.

Arthur Lira respondeu, em nota, que a acusação contra Glauber no Conselho de Ética é gravíssima e não foi apresentada por ele ou pelo PP, mas pelo Partido Novo.

“De minha parte, refuto veementemente mais essa acusação ilegítima por parte do Deputado Glauber Braga e ressalto que qualquer insinuação da prática de irregularidades, descasada de elemento concreto de prova que a sustente, dará ensejo à adoção das medidas judiciais cabíveis”, afirma o texto.