União avalia esticar processo de expulsão como retaliação a Sabino
Medida atrasaria mudança de partido; ministro disse à CNN Brasil que permanência ma sigla ficou "insustentável"
Integrantes do União Brasil avaliam que o partido pode esticar o processo de expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA). Seria uma retaliação à escolha de Sabino de ficar no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e bancar a saída da sigla.
Enquanto o processo não for concluído dentro do partido, Sabino segue preso à sigla e não pode se filiar a nenhuma legenda nova. O processo pode se arrastar por pelo menos 60 dias pelos prazos protocolares do União e a ideia é ampliar esse prazo para amarrar o ministro por mais tempo.
Seria uma espécie de limbo partidário e que afeta também alianças do ministro no Pará e, por consequência, a campanha de outros políticos. Sabino já perdeu o comando do diretório do União no estado.
A pretensão era disputar ao Senado, o que exigiria uma composição de chapa com candidatos a deputado federal e estadual. A dúvida é onde esses políticos vão se filiar.
Nem o ministro, nem o partido enxergam um caminho de volta. Dentro do União, a visão é de que Sabino saiu pela porta dos fundos. O tom é de irritação principalmente com a fala do ministro antes de entrar na reunião que abriu o processo, na porta da sede da sigla.
"A declaração tocou fogo na ponte", relatou sob reserva um participante da reunião à CNN Brasil.
O clã do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que também é aliado de Lula tem muita força política no estado e arranjos já bem estabelecidos para as eleições de 2026, com a candidatura do próprio Helder e o presidente da Assembleia Legislativa do Pará, Chicão (MDB), ao Senado.
Sabino tem feito movimentos de procura por uma nova sigla.



