STF vê como positivo Gleisi no "ministério das emendas"
Presidente do PT é alinhada a Dino em críticas à falta de transparência e ao volume de recursos
Em meio à homologação de um acordo que ampliar a transparência das emendas parlamentares, o Supremo Tribunal Federal (STF) vêm como positiva a nomeação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI).
O órgão é responsável pela distribuição efetiva dos recursos, e por isso recebeu, nos bastidores de Brasília, o apelido de "ministério das emendas". Gleisi, portanto, vai assumir o controle do fluxo da liberação de bilhões de reais.
No STF, a avaliação é de que a deputada federal do Paraná costuma ter um posicionamento alinhado às decisões do ministro Flávio Dino, com críticas públicas não apenas às dificuldades de rastreabilidade das emendas quanto ao próprio volume de recursos.
A leitura de ministros da Corte é de que a chegada de Gleisi no lugar de Alexandre Padilha, que vai assumir o Ministério da Saúde em 10 de março, não ameaça o acordo costurado entre os Três Poderes para aprimorar a transparência das emendas.
No ano passado, em entrevista ao jornal O Globo, Gleisi disse considerar um "ultraje" os R$ 53 bilhões que haviam sido aprovados pelo Congresso Nacional em emendas para 2024. "Não sou contra as emendas, mas elas não podem substituir o papel do governo", declarou.
Gleisi também lamentou o fato de não ter maioria no Congresso para evitar um "crescimento exorbitante", e pediu ajuda da sociedade para "não deixar o Legislativo avançar desse jeito". Um dos pontos do acordo do STF é justamente fixar um teto para o crescimento dessas despesas.