Análise: Marcha para Jesus mostra abismo entre esquerda e evangélicos
Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes roubaram a cena no evento realizado nesta quinta-feira
No momento em que o PT busca conectar o partido ao eleitorado evangélico, a 33° Marcha Para Jesus, realizada nesta quinta-feira, 19, jogou luz sobre abismo que separa o campo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da religião que representa 26,9% do eleitorado, segundo o último Censo.
Mais uma vez, o governo federal foi representado de forma protocolar pelo advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, que integra a Igreja Batista.
Como no ano passado, a narrativa levada por ele bate na tecla de que foi Lula quem sancionou o Dia Nacional da Marcha para Jesus em 2009, em seu segundo mandato.
uem brilhou no carro de som principal do evento organizado pela Igreja Renascer em Cristo foi, novamente, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que dividiu os holofotes com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), católico praticante.
Potencial opositor de Lula em 2026, Tarcísio estava à vontade e chegou a ouvir um coro de “parabéns para você”, já que hoje completa 50 anos.
Enrolado em uma bandeira de Israel, o chefe do executivo paulista cantou músicas gospel e citou passagens bíblicas.
Os esforços de petistas para se aproximar dos evangélicos acontecem em várias frentes.
A Fundação Perseu Abramo, braço teórico do PT, organizou um curso chamado “Fé e Democracia”, enquanto os evangélicos da sigla atuam para ampliar o número de pastores em cargos de direção no PED (Processo de Eleição Direta).
O governo, por sua vez, tenta aproximar seus programas sociais das comunidades onde estão as igrejas independentes, já que as grandes agremiações resistem a Lula.
Por fim, a presença do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), no evento reforçou o peso da Marcha, que se consolida como o principal ponto de encontro de um eleitorado que pode ser decisivo em 2026.