“Tempo vai dizer se IA é eficiente na política”, diz marqueteiro do PT
Otávio Antunes defende uso identificado de inteligência artificial em campanhas; marqueteiros analisam estratégia petista nas redes

A ofensiva do PT nas redes sociais contra o Congresso Nacional, após a derrubada do decreto que aumentava o IOF, reacendeu o debate sobre o uso da inteligência artificial (IA) na política.
Idealizador da campanha, o marqueteiro do PT, Otávio Antunes, defendeu o uso da tecnologia — desde que com transparência.
“Desde que devidamente identificada, a IA é bem-vinda”, disse Antunes à CNN.
Batizada de “BBB”, a campanha propõe a taxação de bilionários, bancos e bets (casas de apostas).
Questionado se os vídeos conseguiram furar a bolha da esquerda, Antunes foi cauteloso: o tempo vai dizer se a estratégia foi eficiente.”
Nos bastidores, no entanto, petistas comemoram o alcance da ação e avaliam que, desde as jornadas de 2013, o partido não vencia um embate nas redes sociais como agora.
Outros marqueteiros ouvidos pela CNN também reconheceram o potencial da IA como ferramenta acessível, rápida e de baixo custo — mas alertam para seus limites e riscos.
“A IA na política merecia restrições mais rigorosas. Política deve ser feita por humanos. Quando houver uso de IA, isso precisa estar claro”, afirmou Felipe Soutello.
Sobre a campanha petista, Soutello avalia que a estratégia aqueceu a militância, mas teve alcance limitado: “Fortaleceu a base, mas não estourou a bolha.”
Na mesma linha, o marqueteiro Pablo Nobel destacou o custo-benefício da IA, mas fez uma ressalva: “É mais barata do que usar atores e dá uma nova dimensão à guerrilha digital, mas transmite uma sensação de falsidade. Falta autenticidade.”