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    Como a eleição de Milei pode impactar a economia brasileira

    Economistas consultados pela CNN indicam que corte de relações com o Brasil não deve ir além do discurso político

    Presidente eleito da Argentina, Javier Milei, fala a apoiadores após vitória na eleição
    Presidente eleito da Argentina, Javier Milei, fala a apoiadores após vitória na eleição 19/11/2023. REUTERS/Agustin Marcarian

    Da CNN*

    São Paulo

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    Javier Milei (La Libertad Avanza), presidente eleito da Argentina neste domingo (19), afirmou durante sua campanha que poderia cortar relações com o governo brasileiro e mesmo abandonar o Mercosul, o que traz dúvidas sobre o futuro dos laços comerciais do Brasil com seu principal parceiro na região.

    Sobre a possibilidade de Milei romper com o Brasil, economistas consultados pela CNN indicam que a afirmação não deve ir além do discurso político.

    “Acho que não tem risco nenhum. Foi muito mais um discurso para mostrar que era contra a esquerda”, disse o ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Roberto Troster.

    Em 2022, a Argentina foi o terceiro maior importador de produtos do Brasil, com cerca de US$ 13,09 bilhões (cerca de R$ 63,61 bilhões) na balança comercial, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

    O vizinho também figurou como o terceiro principal exportador de bens brasileiros, somando US$ 15,34 bilhões (R$ 74,55 bilhões).

    Na balança parcial de 2023, entre janeiro e outubro, a Argentina aparece como terceiro maior exportador, com US$ 14,90 bilhões (R$ 72,41 bilhões), mas perde uma posição nas importações, totalizando US$ 10,15 bilhões (R$ 49,32 bilhões).

    O ex-diretor do Banco Central (BC), Luiz Fernando Figueiredo, diz não acreditar em relação próxima entre Milei e Lula. Porém, pontua que o sucesso do novo mandatário em seus planos econômicos é benéfico ao Brasil por ter um vizinho financeiramente mais saudável.

    Mercosul

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nos últimos meses que Milei ameaça o Mercosul — o presidente eleito critica duramente o bloco econômico de forma pública.

    Apesar dos ataques, Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia no Ibmec-SP, pontua que, segundo o tratado do Mercosul, Milei precisaria de maioria absoluta no Congresso argentino para deixar o bloco.

    “Milei não terá o condão de unilateralmente romper com o tratado”, explica. “Mas é mais uma presidência dentro do bloco contrário à forma como o Mercosul está organizado atualmente”.

    No fim de setembro, Haddad chegou a afirmar que o acordo com a União Europeia pode tornar o Mercosul mais atraente e servir como “antídoto” ao bloco na possibilidade da eleição de Milei.

    Negociadores do Mercosul e da União Europeia voltam a se reunir na próxima semana, em Brasília, para encaminhar um acordo de livre comércio entre os países.

    Veja também: FMI diz estar pronto para trabalhar com Argentina após eleição de Milei

    *Publicado por Danilo Moliterno.

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