Taxar LCA e LCI impede o Brasil de ser competitivo, diz deputado à CNN
Danilo Forte critica proposta do governo de taxar Letras de Crédito do Agronegócio e Imobiliário, alertando para impactos negativos na economia
O deputado federal Danilo Forte (União-CE) expressou preocupação com a proposta do governo de retirar a isenção do imposto de renda sobre aplicações em Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Em entrevista ao CNN Prime Time, o parlamentar alertou para as possíveis consequências negativas dessa medida na economia brasileira.
Segundo Forte, a tributação dessas letras de crédito pode inibir a atividade produtiva e prejudicar a competitividade do Brasil nesse tipo de produto. "Na hora que você tributa, você encarece. Encarecendo, o que é que você faz? Você inibe a atividade produtiva, você impede que o Brasil seja competitivo com os preços desse produto e sacrifique empregos", argumentou o deputado.
Impacto no financiamento de setores-chave
O parlamentar destacou que as LCIs e LCAs foram criadas para proporcionar financiamento mais barato para setores importantes da economia. "A LCI ajuda a financiar a construção, a LCA ajuda a financiar o agro, que é quem sustenta a economia do país", explicou Forte.
Ele enfatizou que o aumento da tributação sobre esses instrumentos financeiros pode resultar em um efeito cascata negativo, afetando não apenas os setores diretamente envolvidos, mas também a geração de empregos e a própria arrecadação do governo.
Críticas à política fiscal do governo
Forte também criticou a abordagem do governo em relação à política fiscal. Ele argumentou que o problema fiscal do Brasil é de longa data e está relacionado à má elaboração do orçamento federal.
"O orçamento do governo, para atender a demanda política do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, ele é inflado. E na hora que ele é inflado, fica uma disputa pelo orçamento", afirmou.
O deputado defendeu a necessidade de uma revisão dos benefícios fiscais e uma política de restrição de despesas. Ele sugeriu que muitos incentivos fiscais já estão superados e deveriam ser reavaliados, conforme previsto em lei.
"Se uma atividade produtiva em 100 anos não se estabilizou, ela não vai se estabilizar nunca mais", concluiu Forte, ressaltando a importância de um orçamento mais enxuto e eficiente.