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    Ações da Sabesp despencam 5% após Doria colocar privatização em dúvida

    Governador diz que estado decidiu capitalizar a companhia de saneamento, frustrando investidores que aguardavam o avanço de sua venda

    As ações da Sabesp chegaram a recuar quase 11% nesta quarta-feira (19), após o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), falar sobre uma possível capitalização da companhia paulista de água e saneamento. A declaração trouxe dúvidas sobre uma esperada privatização.

    Os papéis na B3 fecharam em queda de 4,68%, a R$ 52,95, entre as maiores quedas do Ibovespa. No pior momento, as ações da companhia chegaram a ser negociadas a R$ 49,60.

    “A decisão do governo de São Paulo (…) é fazer a capitalização da Sabesp”, afirmou Doria em evento online do Santander Brasil na manhã desta quarta-feira. O governador acrescentou que a empresa também começará neste mês a prestar serviço a outros estados.

    “A Sabesp vai disputar concessões na área de saneamento, distribuição de água e tratamento de água e também do lixo”, disse o governador, emendando que a empresa terá crescimento “exponencial” e que um amplo programa de capitalização será anunciado em breve.

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    Na visão da analista Carolina Carneiro, do Credit Suisse, a notícia é negativa porque o mercado esperava uma privatização. “No entanto uma parceria ou um follow on (nome dado à oferta subsequente de ações) ainda pode ser bom”, afirmou, ponderando que ainda são necessários mais detalhes sobre a capitalização, bem como sua confirmação.

    A expectativa em torno da privatização da Sabesp ganhou fôlego após a aprovação do novo marco regulatório do saneamento básico no país, que, entre outras mudanças, abriu caminho para o aumento da presença da iniciativa privada sobre o setor, que hoje depende praticamente de estatais.

    Para o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, a reação do mercado é compreensível, mas ele avaliou que é correta a postura do governador em não seguir, por ora, com os planos de privatização e promover a capitalização da companhia.

    Ele vê a decisão como correta dada a “impossibilidade de se avançar a uma privatização mediante assimetria política e a necessidade de promover o aumento do vigor econômico da empresa, que precisará não só competir pelos contratos que já tem como também buscar soluções”.

    A empresa encerrou o segundo trimestre com uma queda de 17% no lucro líquido, afetada pela suspensão de cobrança para os consumidores de baixa renda e a redução nas receitas com clientes comerciais e industriais, além de postergação do reajuste tarifário.

    Na semana passada, o governo paulista afirmou que a Sabesp vai prorrogar até 15 de setembro a suspensão na cobrança de tarifa e no corte no abastecimento para 2,5 milhões de consumidores de baixa renda, medida tomada para amenizar os impactos das medidas de isolamento social.

    (Com Reuters)

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