Alckmin: governo brasileiro ainda não pediu redução de tarifa aos EUA
Vice-presidente também negou que o Brasil tenha solicitado prorrogação do prazo para o início da aplicação de taxas, em 1º de agosto

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, negou que o governo federal tenha pedido aos Estados Unidos uma redução na tarifa de 50% anunciada sobre a importação de produtos brasileiros.
Alckmin também negou que o Brasil tenha pedido uma prorrogação do prazo para o início da aplicação da tarifa, marcada para 1º de agosto.
“Não tem procedência, o governo não pediu prorrogação de prazo e não fez nenhuma proposta sobre alíquota, sobre percentual”, disse.
O vice-presidente argumenta que, antes de o governo tomar qualquer decisão, é fundamental ouvir o setor privado, que mantém interlocução direta com o mercado norte-americano.
“O que estamos fazendo é ouvindo os setores mais envolvidos, para o setor privado participar e se mobilizar com seus parceiros nos Estados Unidos”, disse.
Para isso, o governo anunciou a criação de comitê interministerial criado para elaborar uma resposta à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
Além de pensar em como negociar com os EUA, o comitê também vai discutir caminhos alternativos caso não haja acordo, como a abertura de novos mercados para os produtos brasileiros.
A expectativa do governo é tentar uma solução diplomática antes da entrada em vigor da tarifa, marcada para 1º de agosto.
A primeira reunião do grupo acontece nesta terça-feira (15).
Alckmin explicou que os encontros serão divididos em dois blocos. O primeiro, marcado para às 10h, reunirá representantes da indústria nacional, com destaque para setores como aviação, aço, alumínio, celulose e máquinas.
Já a segunda reunião, prevista para às 14h, será com representantes do agronegócio. Entre os setores citados por Alckmin estão suco de laranja, carnes, frutas, mel, couro e pescado.
O restante da lista de participantes deve ser divulgado em breve pelo governo federal.
A decisão de criar o comitê foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os trabalhos serão comandados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio com apoio da Fazenda, Casa Civil, Itamaraty e Relações Institucionais.


