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Declaração defende governança de IA com Sul Global e pagamento de conteúdo

Comunicado paralelo do Brics será divulgado ainda neste domingo (6)

Daniel Rittner, Jussara Soares, da CNN
Mão humana e mão de robô
Os países do Brics cobrarão um modelo de remuneração de dados que alimentam a IA e do conteúdo usado pelas big techs no treinamento de suas ferramentas  • Freepik
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Em declaração paralela sobre inteligência artificial, os líderes do Brics vão defender uma governança da IA que possa "mitigar riscos potenciais" e "atender às necessidades de todos os países, incluindo o Sul Global".

Os países do Brics cobrarão um modelo de remuneração de dados que alimentam a IA e do conteúdo usado pelas big techs no treinamento de suas ferramentas.

Isso significa, na prática, pagar empresas jornalísticas pela utilização de conteúdo em textos e materiais gerados por IA.

Em tese, esse modelo pode envolver também a remuneração de governos pela cessão de dados compilados e organizados por sistemas públicos com dezenas de milhões de usuários, como o SUS.

"A inteligência artificial representa uma oportunidade histórica para impulsionar o desenvolvimento rumo a um futuro mais próspero. Para alcançar esse objetivo, ressaltamos que a governança global da IA deve mitigar riscos potenciais e atender às necessidades de todos os países, incluindo o Sul Global", diz um trecho da declaração, obtido pela CNN.

Em 2023, os integrantes do G7 — Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Japão — firmaram um acordo, em Hiroshima, com "princípios orientadores" sobre a governança global da IA.

Paralelamente, um grupo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem coordenado debates sobre o assunto.

Para o Palácio do Planalto e o Itamaraty, a questão da IA não pode ser discutida sem participação ativa dos países emergentes e do Sul Global, e o Brics é uma forma de se colocar no jogo.

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