Declaração defende governança de IA com Sul Global e pagamento de conteúdo
Comunicado paralelo do Brics será divulgado ainda neste domingo (6)

Em declaração paralela sobre inteligência artificial, os líderes do Brics vão defender uma governança da IA que possa "mitigar riscos potenciais" e "atender às necessidades de todos os países, incluindo o Sul Global".
Os países do Brics cobrarão um modelo de remuneração de dados que alimentam a IA e do conteúdo usado pelas big techs no treinamento de suas ferramentas.
Isso significa, na prática, pagar empresas jornalísticas pela utilização de conteúdo em textos e materiais gerados por IA.
Em tese, esse modelo pode envolver também a remuneração de governos pela cessão de dados compilados e organizados por sistemas públicos com dezenas de milhões de usuários, como o SUS.
"A inteligência artificial representa uma oportunidade histórica para impulsionar o desenvolvimento rumo a um futuro mais próspero. Para alcançar esse objetivo, ressaltamos que a governança global da IA deve mitigar riscos potenciais e atender às necessidades de todos os países, incluindo o Sul Global", diz um trecho da declaração, obtido pela CNN.
Em 2023, os integrantes do G7 — Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Japão — firmaram um acordo, em Hiroshima, com "princípios orientadores" sobre a governança global da IA.
Paralelamente, um grupo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem coordenado debates sobre o assunto.
Para o Palácio do Planalto e o Itamaraty, a questão da IA não pode ser discutida sem participação ativa dos países emergentes e do Sul Global, e o Brics é uma forma de se colocar no jogo.