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    Juros do rotativo do cartão de crédito sobem a 445% ao ano, diz BC

    Taxa cobrada por bancos subiu 8,7% no mês de julho ante mês anterior

    Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues, do Estadão Conteúdo

    Assunto do momento, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 8,7 pontos porcentuais de junho para julho.

    O Banco Central (BC) ainda informou nesta segunda-feira (28) que a taxa passou de 437,0% para 445,7% ao ano.

    A modalidade emergencial de crédito está no centro das discussões econômicas e políticas do país neste momento devido às taxas mais caras do mercado.

    O assunto é tema de um grupo de trabalho formado pelo Ministério da Fazenda, o BC e os bancos.

    Propostas

    Recentemente, Roberto Campos Neto, o presidente do BC, afirmou que a solução estava se “encaminhando” para o fim do rotativo, com a dívida do cartão sendo transferida automaticamente ao parcelado com juros.

    Desde 2017, os bancos são obrigados a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.

    Campos Neto também indicou que poderia haver uma tarifa de desincentivo para o parcelado sem juros “longo”, que é do interesse dos bancos, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é contra acabar com o parcelamento sem cobrança de taxas.

    Além disso, na última quinta-feira (24), o deputado Alencar Santana (PT-SP) propôs limitar a taxa no rotativo e no parcelado com juros sobre o valor principal da dívida, em seu parecer sobre o projeto do Desenrola.

    A medida valeria se os bancos não propuserem uma autorregulação em 90 dias após a entrada em vigor da lei.

    No caso do parcelado, o juro passou de 196,1% para 198,4% ao ano entre junho e julho.

    Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 104,2% para 102,7%.

    Veja também: Para Haddad, situação é insustentável e juros do cartão de crédito não podem continuar como estão

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