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Plano é reduzir preços sem penalizar crescimento e emprego, diz Mello à CNN

Secretário de Política Econômica, Guilherme Mello recebeu o CNN Money para entrevista exclusiva na sede do Ministério da Fazenda em São Paulo

Danilo Moliterno, Débora Oliveira, da CNN
Secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello  • Edu Andrade/MF
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O secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse em entrevista ao CNN Money que o governo Lula “se preocupa profundamente” com o cenário inflacionário, mas quer reduzir preços sem penalizar o crescimento econômico, o investimento e os empregos no Brasil.

Mello recebeu o CNN Money para entrevista exclusiva na sede do Ministério da Fazenda em São Paulo.

No cenário em que expectativas do mercado para a inflação em 2025 rondam 5,65% — acima do teto de tolerância estabelecido para o Banco Central (BC), de 4,5% — economistas criticaram falas dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) para minimizar o tamanho da pressão atual sobre os preços.

Enquanto Haddad indicou que inflação entre 4% e 5% é “relativamente normal” para o Brasil após o Plano Real, Gleisi disse que a meta não está “absolutamente estourada”. Mello defendeu os ministros e destacou que na maior parte dos exercícios após 1994 o índice de preços ficou acima deste patamar.

Ponderações à parte, Guilherme Mello reforçou a preocupação do governo com a inflação:

“De fato, é raro: não é comum no Brasil que a inflação fique abaixo de 4%. No entanto, é nosso objetivo alcançar a inflação controlada”, disse. “É óbvio que o governo se preocupa profundamente com o tema inflacionário. Se não fosse assim, o presidente não estaria cobrando de nós medidas para mitigar a inflação dos alimentos, por exemplo”, completou.

Para o economista, o governo deu previsibilidade ao mercado ao reduzir a meta de inflação, para 3%, e implementar um sistema contínuo de perseguição a este objetivo recentemente. Segundo o secretário, o plano da Fazenda, contudo, é viabilizar a acomodação da inflação “sem prejudicar a sociedade brasileira”.

“Nós estamos trabalhando com atenção para trazer inflação de volta para a meta. Mas se você fizer isso de maneira imediatista, você pode provocar problemas na economia, no mercado de trabalho, nos investimentos”, concluiu.

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