St George capta R$ 250 milhões para avançar projeto de terras raras em MG
Projeto de Araxá (MG) concentra uma das maiores reservas de terras raras da América do Sul, com cerca de 40 milhões de toneladas de minério de alta concentração

A australiana St George Mining, gigante do setor de mineração, anunciou a captação de A$72.500.000 (cerca de R$ 254 milhões) para desenvolver o Projeto Araxá, que concentra uma das maiores reservas de terras raras da América do Sul.
Em fato relevante ao mercado, a empresa informou que as ações foram adquiridas majoritariamente por fundos de investimento norte-americanos e europeus.
“Os recursos arrecadados serão destinados ao avanço do Projeto Araxá de terras raras e nióbio, 100% controlado pela empresa, no Brasil, em direção à FID (Decisão Final de Investimento) para o desenvolvimento da mina”, afirmou a nota.
Parte dos recursos será aplicada na construção de uma planta piloto (versão reduzida de uma fábrica utilizada para testes) dedicada ao processamento de nióbio e terras raras, em parceria com o CEFET-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais).
Em setembro, a mineradora confirmou uma nova grande descoberta de terras raras de alto teor e nióbio no Projeto Araxá, comprado pela empresa em fevereiro de 2025. Após o anúncio, as ações da companhia chegaram a subir até 23,1%, para 0,096 dólar australiano, o maior valor desde maio de 2021.
Na nota, a empresa cita, inclusive, a recente decisão do governo da China de restringir a exportação de terras raras.
A avaliação da companhia é de que essas mudanças nas políticas globais aumentam a demanda por projetos de desenvolvimento de curto prazo, o que pode ser benéfico para o Brasil.
Além do nióbio, o Projeto Araxá abriga samário, lutécio, térbio, disprósio e gadolínio – todos listados entre os 10 minerais críticos prioritários pelo governo dos EUA.
O governo federal já se movimenta para negociações sobre minerais críticos com o governo dos EUA.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou na última quinta-feira (16) que se encontrará, no final de outubro, com o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright, para tratar de minerais críticos e estratégicos.
O projeto de Araxá concentra uma das maiores reservas de terras raras da América do Sul, com cerca de 40 milhões de toneladas de minério de alta concentração – insumos essenciais para a produção de baterias, semicondutores e tecnologias de ponta.
Em 2013, antes de ser adquirido pela St George, o terreno já havia passado por testes em uma planta experimental que operou por nove meses e conseguiu extrair minerais com mais de 99% de pureza, além de eliminar resíduos radioativos com sucesso.
Atualmente, o Projeto Araxá ainda não está em operação de mineração e refino em larga escala. O que a St George Mining está fazendo é preparar o projeto para chegar à Decisão Final de Investimento, que é o momento em que a empresa confirma oficialmente que vai construir a mina e a infraestrutura de processamento.
A empresa ainda precisa obter autorizações ambientais e de operação e finalizar o projeto técnico da mina, o que é obrigatório antes de começar a produção comercial.