Tesouro Nacional vai cobrir dívida se Correios não pagar, diz especialista

Gesner Oliveira, professor da FGV e colunista do CNN Money, alerta que contribuintes serão afetados caso estatal não honre dívida de R$ 12 bilhões. Empresa já sinaliza necessidade de mais R$ 8 bilhões em 2026

Da CNN Brasil
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Os contribuintes brasileiros poderão ser diretamente impactados caso os Correios não consigam pagar o empréstimo de R$ 12 bilhões já contratado pela estatal. De acordo com Gesner Oliveira, professor da FGV e sócio da GO Associados, em entrevista ao CNN Novo Dia, se a empresa não honrar a dívida, o Tesouro Nacional terá que cobrir o valor, uma vez que é o garantidor do empréstimo.

A situação se torna ainda mais preocupante após o presidente dos Correios indicar que os R$ 12 bilhões não serão suficientes para conter a crise financeira da empresa, sendo necessários mais R$ 8 bilhões já em 2026. Esse cenário agrava o quadro fiscal do país, que já apresenta perspectivas de déficit para os próximos anos.

"Quando o Tesouro dá o aval, ele dá a garantia, se os Correios não pagarem o empréstimo, o Tesouro tem que cobrir", explicou o colunista do CNN Money. O especialista ressalta que a situação das contas públicas já é preocupante, com projeção de déficit para 2026 e uma situação fiscal frágil para 2025.

Plano de reestruturação questionável

Embora o especialista considere que o plano de reestruturação dos Correios apresenta medidas razoáveis e esperadas para uma empresa em dificuldades, ele questiona a necessidade de tanto esforço financeiro para recuperar a estatal. "O problema é que não há razão para despender tanto esforço de recuperação dos Correios, porque esse mercado já está sendo servido pelo setor privado", afirmou.

Gesner lembra que os Correios estavam em uma lista de privatização, da qual foram retirados em 2023, decisão que ele considera equivocada. Na visão do economista, o país está gastando recursos com uma empresa que não deveria ser prioridade, especialmente quando há tantas outras necessidades urgentes nas áreas de segurança, saúde e educação.

"A gente está gastando recursos com os Correios para algo que não é uma prioridade. Quando há tantas outras como área de segurança, saúde, educação, e há um enorme esforço com uma empresa cujo desempenho já não é mais o que foi no passado e que poderia ser privatizada", concluiu o especialista.

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