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    Após madrugada com homenagens no Teatro Oficina, corpo de Zé Celso é cremado

    Evento é fechado ao público; velório aconteceu no Teatro Oficina

    Anne BarbosaTiago Tortellada CNN , em São Paulo

    A cerimônia de cremação do corpo do ator, diretor e escritor Zé Celso teve início na tarde desta sexta-feira (7), no cemitério Horto da Paz, na cidade de Itapecerica da Serra (SP). O evento é fechado ao público, reunindo apenas familiares e amigos próximos.

    O corpo do artista deixou o Teatro Oficina por volta das 12h20 desta sexta. No local, foi feito o velório com dança, música e homenagens a Zé Celso.

    Um dos maiores nomes do teatro brasileiro, o ator e diretor morreu na quinta-feira (6), após ficar internado devido a um incêndio no apartamento onde morava, em São Paulo.

    Marcelo Drummond, marido de Zé Celso, contou à CNN os últimos momentos com o companheiro e como foi o resgate.

    Quem é Zé Celso

    José Celso Martinez Corrêa nasceu em Araraquara, no interior do estado de São Paulo, em 30 de março de 1937.

    Se mudou para a capital paulista e estudou Direito na Universidade de São Paulo (USP) entre 1955 e 1960.

    Lá, integrou o grupo de teatro da faculdade, onde conheceu outros artistas com quem fundou, em 1958, o Grupo Oficina.

    Entre algumas peças dos primeiros anos do grupo estão “Vento forte para papagaio subir” (1958), “A incubadeira” (1959) e “Os pequenos burgueses”, de Máximo Górki.

    Em 1966, porém, um incêndio atingiu o Teatro Oficina, que precisou ser reformado.

    Após a reconstrução, em 1967, Zé Celso fez a montagem de uma peça que o consagrou como um dos grandes nomes do Tropicalismo brasileiro na dramaturgia: “O Rei da vela”, escrita por Oswald de Andrade.

    Em 1968, dirigiu outra de suas mais famosas peças: “Roda Viva”, com texto de Chico Buarque.

    Com fama e relevância crescente, o dramaturgo precisou se exilar em 1974, durante a Ditadura Militar.

    Zé Celso foi para Portugal, onde fez dois documentários: “O parto”, sobre a Revolução dos Cravos, e “Vinte e cinco”, sobre a independência de Moçambique.

    Apenas em 1978 ele retornou para São Paulo, começando um movimento para manter aberto o Teatro Oficina.

    Rebatizado como Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, o local foi tombado em 1982 e reinaugurado em 1983.

    O novo espaço precisou de mais 10 anos para ser concluído, tendo projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi.

    Icônico pela distribuição interna, o Teatro Oficina possui um largo corredor e “andaimes”, nos quais os artistas muitas vezes se equilibram durantes peças. Em alguns projetos, a arte deixa o teatro e invade a rua próxima.

    As peças “O Rei da vela” e “Roda Viva” foram adaptadas e reapresentadas em 2017 e 2019, respectivamente.

    Em 1987, o único irmão de Zé Celso, Luís Antônio Martinez Corrêa, foi assassinado. Ele também era diretor e ator, estando em ascensão quando faleceu.

    Casamento com Marcelo Drummond

    Zé Celso e Marcelo Drummond estão juntos desde 1987, mas oficializaram a união somente no início do mês passado, 36 anos depois.

    A cerimônia aconteceu no Teatro Oficina, na presença dos membros da companhia e outros convidados.

    Entre os presentes estavam as cantora Daniela Mercury e Marina Lima, que se apresentaram na cerimônia, o maestro João Carlos Martins, o deputado estadual Eduardo Suplicy, o ator Alexandre Borges, a atriz Bárbara Paz e outros.

    “Rito histórico que celebrou a união mais que fértil deste casal babadeiro do Teatro Brasileiro! Gentes de todas as gerações que passaram pelo Oficina desde o início estavam lá! E que continuem gerando muitos frutos que gerem ainda mais frutos! Os filhos dos filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão!”, escreveu um registro no perfil oficial do Teatro.

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