
Análise: Título da Copa do Mundo coroa anos mágicos do futebol feminino espanhol
Taça corrobora o momento de um país que possui uma das ligas de futebol feminino mais poderosas internacionalmente

Não deveria ser surpresa para ninguém que a seleção feminina da Espanha tenha se proclamado campeã em terras australianas, após vencer a Inglaterra por 1 a 0, em uma final de Copa do Mundo Feminina de tirar o fôlego.
A Espanha é a atual campeã mundial na categoria sub-17 e na categoria sub-20, marcas alcançadas no ano passado. Em teoria, portanto, o título conquistado neste domingo (20) corrobora o compromisso de um país que possui uma das ligas de futebol feminino mais poderosas internacionalmente e clubes que a apoiam como Real Madrid, Atlético de Madrid e Barcelona.
No entanto, o sucesso surpreendeu a própria seleção e a nível local pode-se falar do triunfo de um outsider. A equipe espanhola está há dois anos ganhando manchetes devido à polémica que ainda envolve o treinador, o agora vencedor Jorge Vilda, e várias das melhores jogadoras do país, que pediram a demissão do técnico por alegarem "incapacidade" do selecionador para exercer o cargo.
As campeãs mundiais passaram da primeira fase com vitórias confortáveis contra Zâmbia e Costa Rica, mas com uma derrota dolorosa (4 a 0) para o Japão, que acendeu todos os alarmes e reabriu o debate sobre a capacidade da seleção espanhola para enfrentar os melhores nas competições de alto nível.
Porém, graças a Salma Paralluelo, uma atacante muito jovem que quase construiu carreira no atletismo e revolucionou o time de Vilda, os confrontos no mata-mata foram sendo superados um após o outro. Nas oitavas de final, vitória fácil diante da Suíça (5-1). A partir daí, começou o sofrimento agonizante típico deste tipo de competição: 2 a 1 contra a Holanda — com prorrogação incluída — e o mesmo resultado sobre a Suécia, com o gol da vitória no último suspiro da partida.
A final não foi muito diferente. A Espanha aprendeu finalmente a vencer no mais alto nível e um gol solitário de Olga Carmona, num chute cruzado, passados 30 minutos de jogo, fez da Espanha campeã mundial absoluta pela primeira vez em sua história.
A equipe poderia até aumentar a vantagem se Jenni Hermoso tivesse convertido o pênalti que o time espanhol teve a seu favor no segundo tempo, mas o gol de Carmona acabou sendo suficiente.
Treze anos depois de Andrés Iniesta ter marcado o gol que tornou a seleção masculina campeã mundial, Olga Carmona ergueu a taça pela seleção feminina, completando dois anos mágicos do futebol feminino espanhol.
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