Augusto Melo perde apoio no Corinthians, e impeachment se aproxima

Presidente vive momento de maior pressão desde que chegou ao Timão

Raul Moura, da CNN
Augusto Melo durante coletiva de imprensa do patrocinador master
Augusto Melo durante coletiva de imprensa do patrocinador Esportes da Sorte  • José Manoel Idalgo/Agência Corinthians
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Em meio a quatro processos diferentes que pedem o seu impeachment, Augusto Melo vive momento de pressão e se vê praticamente "ilhado" politicamente dentro do Parque São Jorge. Em rota de colisão com Conselho Fiscal, Conselho de Orientação e Conselho Deliberativo, o presidente do Timão vê a chance de destitução aumentar.

A principal derrota da atual gestão foi a reprovação das contas do ano de 2024. Após recomendações de reprovação do CF (3 a 0) e do CORI (16 a 1), o CD decidiu por ampla maioria - 130 a 73 - a não aceitação dos números apresentados pela diretoria de Augusto Melo em seu primeiro ano de mandato.

Ainda assim, Augusto Melo e sua diretoria acreditam que existe um movimento "orquestrado" para que seja destituído da presidência. Vale lembrar, porém, que o presidente conseguiu eleger a ampla maioria de aliados dentro dos órgãos fiscalizadores do Timão, mas, em pouco mais de um ano a frente do clube, perdeu esse apoio.

Gaviões da Fiel muda de opinião

Outro ponto que joga contra o presidente é o fim do apoio da principal organizada, Gaviões da Fiel, que publicou nota oficial dizendo que "diante do cenário crítico atual, o Gaviões da Fiel não irá se opor a nenhuma reunião que paute a proposta de impeachment do atual presidente".

Pela primeira vez desde a eleição de Augusto, a organizada deixou de ser base de apoio do presidente. Essas são as principais justificativas:

  • A repetição de erros de gestões anteriores, como problemas recorrentes na base e nomeações com viés político, mostra falta de aprendizado e compromisso com o clube;
  • A gestão está em desmanche, com alto rodízio em cargos importantes e retorno de figuras antes opositoras, o que levanta dúvidas sobre os reais interesses por trás dessas movimentações;
  • A falta de transparência e de respostas a questionamentos feitos em reuniões do Conselho e em outras instâncias é inaceitável.

Ainda de acordo com nota oficial, a torcida fez uma série de requerimentos para o presidente, como:

  • Respostas claras aos pontos pendentes;
  • Um plano de ação com prazos definidos;
  • A divulgação do orçamento de 2025 e apresentação de relatórios trimestrais.

Pedidos de Impeachment

Até aqui, foram protocolados quatro pedidos diretos pela destitução de Augusto Melo.

O primeiro foi em relação a VaideBet, que segue em curso e será retomado após o inquérito policial que investiga o presidente. O segundo é relacionado à falta de informações sobre pendências financeiras do Timão.

Na última segunda (5), Paulo Roberto Bastos, conselheiro, pediu o terceiro por conta da reprovação das contas do primeiro ano da atual gestão.

O quarto foi o pedido feito pela Comissão de Justiça do Corinthians na última terça-feira (7).

Finanças

O principal ponto que motiva a preocupação em relação a gestão de Augusto Melo é a financeira.

Enquanto o presidente e seus diretores acreditam que "herdaram" R$ 191 milhões da gestão de Duilio Monteiro Alves e que, por isso, é preciso reabrir o balanço de 2023, inserir o novo valor e revotar as contas do ex-presidentes, outros membros discordam e acreditam que apenas levaria prejuízo à imagem do Corinthians.

Inclusive, os números apresentados pela gestão e pelo Conselho de Orientação divergem bastante. A diretoria acredita que o passivo aumentou R$ 599 milhões, sendo R$ 191 milhões responsabilidade da gestão de Duilio, enquanto o CORI coloca o passivo do primeiro ano da gestão em R$ 829 milhões.

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