Análise: entenda quais são as etapas para o cessar-fogo na Faixa de Gaza

Israel aprovou nesta quinta-feira (9) um acordo histórico que estabelece um cessar-fogo com o Hamas e prevê a libertação de reféns mantidos em Gaza. O plano, que conta com mediação dos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, determina um prazo de 24 horas para a retirada parcial das tropas israelenses da região, conforme explicou o analista Lourival Sant'Anna, no CNN Arena.

Na primeira fase do acordo, as forças israelenses devem recuar de parte do território que atualmente ocupam em Gaza, mantendo presença apenas em uma faixa específica da região. Em contrapartida, o Hamas se compromete a libertar 20 reféns vivos e entregar os corpos de outros 28 reféns, totalizando 48 pessoas.

Ajuda humanitária e gestão do território

O acordo também prevê a entrada de 170 mil toneladas de ajuda humanitária que aguardam liberação no Egito. Os suprimentos incluem alimentos, água, medicamentos e tendas para a população palestina que enfrenta condições precárias na região.

Segundo Lourival, "em um período de transição, um grupo de tecnocratas formado por cientistas políticos, administradores e economistas assumiria o comando da região. Um grupo que não pertence à autoridades palestinas ou o Hamas".

Desafios para implementação

A aprovação do acordo enfrenta resistência interna em Israel, com dois importantes ministros manifestando oposição ao plano. Um dos pontos controversos é a libertação de 250 prisioneiros palestinos que cumprem prisão perpétua, além de 1.700 palestinos detidos após os eventos de outubro de 2023.

Para garantir o cumprimento do acordo, forças internacionais, incluindo soldados egípcios e catares, serão responsáveis pelo monitoramento do cessar-fogo e pela supervisão da distribuição da ajuda humanitária. Os Estados Unidos também enviarão 200 militares para apoiar as operações de monitoramento.