Apoio à extrema-direita na Alemanha atinge menor nível em seis meses após protestos
Manifestações em todo o país ganharam força após notícia de que políticos extremistas discutiram plano para deportação em massa de migrantes
O apoio ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) caiu abaixo de 20% – o menor nível em seis meses.
O dado foi apontado por uma pesquisa publicada nesta terça-feira (30), após protestos em toda a Alemanha contra o partido nas últimas três semanas.
O apoio ao AfD caiu um ponto percentual, para 19%, na pesquisa Forsa.
O partido permanece em segundo lugar no índice de aprovação, atrás dos principais conservadores da oposição, com 32%, enquanto os social-democratas de centro-esquerda do chanceler Olaf Scholz ficaram em terceiro lugar, com 15%.
De acordo com a pesquisa, os eleitores alemães identificaram as manifestações em massa em curso contra a extrema-direita como a questão mais importante do país no momento.
Os protestos em todo o país contra o AfD têm ganhado força após a notícia de que dois altos membros do partido se juntaram a uma reunião para discutir planos para a deportação em massa de cidadãos de origem estrangeira.
O partido negou que a proposta representasse uma política partidária.
Na sequência das reportagens, as empresas alemãs e os seus CEOs também intensificaram os alertas sobre a ameaça do extremismo de direita à maior economia da Europa.
“Todos nós, como sociedade, mas também a economia e nós, como empresas, devemos defender os nossos valores e assumir responsabilidades”, disse Hildegard Mueller, presidente da associação automotiva alemã VDA, no seu discurso de abertura da conferência anual da associação. na terça-feira.
“Eles também assustam os trabalhadores qualificados e os investidores internacionais”, acrescentou ela, dizendo que a popularidade de tal partido prejudicaria a reputação da Alemanha como nação exportadora.
O AfD, fundado há 11 anos, ficou em primeiro lugar nas pesquisas recentes nos três estados que realizam eleições este ano.