Biden pede que Israel pare com ataques por terra no Líbano
Presidente dos EUA também pediu cessar-fogo na região; autoridades dos EUA não descrevem ação israelense como incursão terrestre
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu nesta segunda-feira (30) que Israel interrompa os ataques por terra em território libanês.
“Estou mais ciente do que vocês imaginam e estou confortável com eles [Israel] parando [com os ataques]”, Biden disse a um repórter quando perguntado se ele estava confortável com a operação.
“Deveríamos ter um cessar-fogo agora”, acrescentou.
Mais cedo nesta segunda-feira, uma autoridade dos EUA descreveu esses ataques terrestres à CNN como “ataques muito precisos, muito direcionados, muito pequenos”, do tipo em que “você entra, você sai” para atingir especificamente o Hezbollah.
Assim, autoridades dos EUA não estão descrevendo esses ataques israelenses como uma incursão terrestre.
O governo Biden tenta lidar com o aumento da tensão no Oriente Médio, após um ataque do Exército de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
Além disso, os EUA estão ajustando sua postura militar em meio a temores de escalada, ao mesmo tempo em que visam conter o conflito.
Entenda a guerra entre Israel e Hezbollah
Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões do Líbano. No dia 23 de setembro, o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã.
A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.
Além disso, uma incursão terrestre não foi descartada.
O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em um ataque aéreo israelense em Beirute, conforme confirmado pelo próprio grupo.
Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. O governo brasileiro também avalia uma possível missão de resgate.
Quase toda a população de Gaza foi deslocada em meio à nova ofensiva israelense