Bombas e confusão: Correspondente da CNN mostra protesto contra UE-Mercosul
Correspondente Américo Martins, no Live CNN, acompanha de perto os manifestantes em meio ao confronto com a polícia após grupo atear fogo em praça central próxima ao Parlamento Europeu
Agricultores europeus realizam um grande protesto no centro de Bruxelas nesta quinta-feira (18) contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. O correspondente Américo Martins, no Live CNN, acompanha os manifestantes de perto.
"Este protesto até agora pouco estava muito pacífico, organizado pelas entidades dos agricultores", explica o analista de Internacional da CNN. "Agora estão sendo dispersados pela polícia, inclusive com bombas de gás lacrimogênio". A situação se agravou quando um grupo de manifestantes mais radicais colocou fogo em uma praça próxima ao Parlamento Europeu, que era o principal alvo do protesto. A ação provocou grande quantidade de fumaça.
Apesar da intervenção policial para liberar a praça incendiada, as principais vias do centro de Bruxelas permaneceram bloqueadas por tratores, paralisando completamente o trânsito na região central da capital belga.
O protesto ocorre no mesmo dia em que o Conselho da União Europeia se reúne para votar sobre a aprovação do acordo comercial entre Mercosul e UE, que tem dividido opiniões entre os países-membros do bloco europeu. Manifestantes bloquearam as ruas centrais de Bruxelas com tratores, exibindo cartazes com mensagens como "sem os fazendeiros você não vai ter comida e não vai ter futuro" e "não ao Mercosul".
Países divididos sobre o acordo
A questão do acordo UE-Mercosul está gerando forte polarização entre os países europeus. Alemanha tem se posicionado a favor da aprovação e assinatura do acordo ainda neste final de semana, enquanto França, Itália, Irlanda e Polônia manifestam-se fortemente contra. O presidente Emmanuel Macron, ao chegar à reunião do Conselho Europeu, declarou que "a França não está preparada para assinar esse acordo".
"Na manifestação há agricultores de praticamente todos os países da União Europeia", destaca Américo. "Mas as principais lideranças são francesas, inclusive com o apoio do governo francês para tentar vetar este acordo".
Representantes da Itália, Polônia e Irlanda também integraram a manifestação, demonstrando que a oposição ao acordo é um movimento pan-europeu, com agricultores temendo que a competição com produtos sul-americanos prejudique suas atividades.


