China e Rússia não têm interesse em escalada do conflito, diz especialista

Professor de Relações Internacionais afirma que potências não têm interesse na escalada do conflito entre Irã e Israel e buscam solução diplomática

Da CNN
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A China, a Rússia e o Paquistão planejam propor um acordo de cessar-fogo imediato no Oriente Médio durante uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) neste domingo (22). Essa movimentação ocorre em meio às tensões entre Irã e Israel, após ataques mútuos entre os países.

Em entrevista à CNN, o professor de Relações Internacionais da FAAP e FGV, Vinicius Vieira, analisou o cenário atual e as possibilidades de uma resolução diplomática para o conflito. Segundo o especialista, há uma falta de consenso na ONU, mas existe a possibilidade de convergência entre os interesses de potências como Rússia, China e Estados Unidos.

Interesses das potências

Vieira destacou que "Rússia e China não têm o menor interesse de entrar ali com ajuda direta ao Irã". O especialista explicou que uma escalada do conflito poderia forçar a Rússia a prestar ajuda militar ao Irã, algo que Moscou prefere evitar.

Do lado americano, o professor lembrou que Donald Trump chegou à Casa Branca com a promessa de não envolver os Estados Unidos em conflitos que não interessam diretamente ao povo americano.

"Então, para o Trump, realmente é interessante parar por aqui. Os ataques foram feitos, ele ajudou Israel, mas agora não interessa ali para a Casa Branca ter um conflito que escale", analisou Vieira.

Papel da Rússia

O especialista também comentou sobre o aumento da relevância de Vladimir Putin no contexto do conflito no Oriente Médio. A ida do ministro das Relações Exteriores do Irã até Moscou para falar com Putin é vista como uma sinalização importante.

"Não se trata de uma aliança militar entre Moscou e Teerã, mas eles têm claramente ali uma parceria estratégica, inclusive no campo econômico", explicou Vieira. Ele acrescentou que o Irã busca empoderar Putin como um ator diplomático relevante, considerando o poder de veto da Rússia no Conselho de Segurança da ONU.

Possível mudança de regime

Questionado sobre a possibilidade de uma mudança de regime no Irã, Vieira alertou para os riscos de instabilidade. "Nós não temos nenhuma evidência de que eles estejam piores do que eles estavam antes", afirmou o professor, lembrando que mesmo os iranianos que se opõem ao regime atual têm uma forte oposição ao Ocidente, especialmente aos Estados Unidos.

O especialista comparou a situação com o que ocorreu no Iraque em 2003, alertando que uma mudança de regime poderia levar a mais instabilidade na região. "Tudo ali que eu acho que ninguém quer, nem Estados Unidos, nem China e Rússia é o mais um fator de instabilidade no mundo", concluiu Vieira.

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