Combate urbano diante de população hostil será difícil para Rússia, diz especialista

À CNN, o professor Eugenio Diniz disse que tropas russas devem tentar diminuir capacidade de resistência ucraniana

Amanda Garcia e Joyce Murasaki, da CNN, em São Paulo
Soldados são vistos atrás de pilhas de areia usadas para bloquear uma estrada na capital ucraniana, Kiev, em meio a ataques russos em 01 de março de 2022  • Aytac Unal/Anadolu Agency via Getty Images
Compartilhar matéria

Há a expectativa de que as tropas russas invadam a capital ucraniana Kiev nos próximos dias. Imagens do comboio do exército com tanques enfileirados rumo à cidade já foram registradas.

No entanto, para o professor da PUC Minas e Diretor-Executivo da Synopsis Inteligência Estratégia Diplomacia, Eugenio Diniz, embora isso seja “um sinal de força considerável, não é inimaginável, frequentemente uma divisão militar pode ocupar esse espaço, na medida em que seja necessário deixar uma margem e não ficar restrito o movimento”.

O especialista pondera que, para saber o impacto dessa força em Kiev, dependerá de como ela chegará lá. “Possivelmente vai cercar a capital para dificultar a resistência”.

“Um combate urbano diante de população hostil é muito difícil, custoso, para uma força adentrando uma cidade sem ser bem-vinda”, disse.

Ele explicou que, como a população conhece o território, “há muitas oportunidades para emboscadas, esconderijos, e isso exige atividade intensa em termos de pessoal, para tentar neutralizar essa posição, caso se pretenda efetivamente ocupar a cidade”.

Na opinião do professor, “para o presidente russo Vladimir Putin, não tomar Kiev vai parecer um fracasso muito grande, para ele é muito importante inclusive simbolicamente”.

Por outro lado para os ucranianos, ”atrasar a tomada de Kiev tem efeito motivador, mostra capacidade de bloquear as forças russas”.