Despachante relata reação de brasileiros com atraso em repatriação: “Desesperados”
Despachante relata reação de brasileiros após cancelamento de voo devido a bombardeios na região. Novo horário previsto para 1h30 da manhã
O despachante Mohamed Kadri, que auxilia brasileiros a deixarem o Líbano, relatou à CNN o desespero dos cidadãos ao saberem do atraso no voo de repatriação devido aos intensos bombardeios na região.
Segundo Kadri, os bombardeios foram ouvidos durante toda a noite, com o mais forte ocorrendo por volta das 3h30 da manhã, próximo à fronteira. “Os brasileiros ficaram desesperados quando ouviram o atraso do avião”, afirmou o despachante.
Cancelamento e incertezas
O voo, inicialmente marcado para as 8h da manhã no consulado honorário, foi cancelado, aumentando a ansiedade entre os brasileiros que aguardavam a repatriação. Desde o início da manhã, muitos entraram em contato com Kadri e com a embaixada em busca de informações.
“O desespero aumentou, souberam que houve esse atraso aqui desse voo”, explicou Kadri. Um novo horário foi estabelecido para a chegada do avião ao Líbano, previsto para 1h30 da manhã, mas ainda sem confirmação definitiva.
A situação permanece incerta, com os brasileiros aguardando ansiosamente por atualizações sobre a possibilidade de retorno ao país. O despachante orientou que os cidadãos mantenham contato direto com a embaixada para obter as informações mais recentes sobre o processo de repatriação.
O atraso no voo de repatriação evidencia a complexidade da situação no Líbano e os desafios enfrentados pelas autoridades brasileiras para garantir o retorno seguro de seus cidadãos em meio ao conflito na região.
Confira a entrevista na íntegra
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.