Erdogan condiciona candidatura da Suécia à Otan à entrada da Turquia na União Europeia
Turquia bloqueou a adesão da Suécia à OTAN devido a desentendimentos de longa data entre os dois países
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta segunda-feira (10) que Bruxelas deve abrir caminho para a adesão de Ancara à União Europeia, antes que seu país aprove a candidatura da Suécia à adesão à Otan.
“Primeiro, vamos abrir caminho para a Turquia na União Europeia, depois vamos abrir caminho para a Suécia, assim como abrimos caminho para a Finlândia”, disse Erdogan em entrevista coletiva, antes de partir para a cúpula da Otan na Lituânia.
O presidente turco também enfatizou que “a Turquia está esperando no portão da União Europeia há mais de 50 anos” e “quase todos os países membros da OTAN são países membros europeus”.
A OTAN pretendia admitir a Suécia na aliança antes de 11 de julho, quando sua principal cúpula começa em Vilnius, na Lituânia — mas a Turquia bloqueou a adesão da Suécia devido a desentendimentos de longa data entre os dois países.
A Turquia alega que a Suécia permite que membros de grupos terroristas curdos reconhecidos operem na Suécia, principalmente o militante Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Também alega que o governo sueco foi cúmplice em protestos anti-islâmicos de extrema-direita.
Em junho — apenas algumas semanas antes da cúpula da OTAN programada — as autoridades suecas aprovaram uma pequena demonstração de queima do Alcorão do lado de fora de uma mesquita em Estocolmo, que coincidiu com o feriado muçulmano de Eid-al-Adha, um dos mais significativos do calendário islâmico.
A decisão de permitir o protesto, feita respeitando o direito à liberdade de expressão, irritou ainda mais Ancara. O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, condenou a decisão, dizendo que “fechar os olhos para tais atos hediondos é ser cúmplice deles”.